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Nos quatro filmes da franquia Toy Story, o garoto Andy vive dividido entre dois brinquedos: o velho caubói Woody, companheiro desde a infância, e seu novo boneco preferido, o tecnológico Buzz Lightyear. Assim como Andy, a Pixar acaba de revelar que tomou lado e também tem um personagem favorito entre ambos: Lightyear. A animação que estreia no cinema, conta a origem do astronauta e de seu popular bordão “ao infinito e além”.

É diversão para toda a família, mas, assim como os outros filmes dessa que é a franquia mais bem sucedida da Pixar, oferece diversas camadas de complexidade. As crianças se apaixonarão pelas cenas de ação, enquanto os adultos poderão curtir uma série de referências de clássicos da ficção científica, de 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, ao seriado Star Trek: Jornada nas Estrelas. Há ainda uma interessante parte da trama que envolve a passagem do tempo e os arrependimentos que sofremos ao longo da vida, trechos que poderão até ser encarados de maneira superficial pelos filhos, mas que certamente serão interpretados com emoção diferente pelos pais.

“Quis fazer o filme ao qual eu gostaria de assistir. Um tipo de aventura que não se vê mais com tanta frequência” Angus MacLane, diretor (à esq.), ao lado da produtora Galyn Susman e de Chris Evans, dublador da voz de Buzz Lightyear

Em conversa com ISTOÉ, o diretor Angus MacLane afirmou que não pensou na faixa etária do público ao desenvolver o projeto. “Tentei fazer o filme ao qual eu gostaria de assistir, um tipo de aventura que já não se vê mais no cinema com tanta frequência.” Colaborador da Pixar desde 1998, o americano trabalhou como técnico de animação nos Toy Story anteriores, além de clássicos como Os Incríveis e Monstros S.A. Qual seria então a diferença de estar à frente da equipe como diretor pela primeira vez? “Foi um prazer ser convidado para liderar esse time, ainda mais porque eu já havia trabalhado com os outros profissionais e sabia exatamente quais qualidades cada um podia trazer.”

Lightyear tem outra característica ainda rara nos filmes infantis: a diversidade. A melhor amiga de Buzz, a comandante Alisha Hawthorne, tem uma família com outra mulher. Há ainda personagens latinos, asiáticos e da terceira idade. Segundo a produtora Galyn Susman, a decisão de apresentar um elenco diversificado foi consciente. “O público quer se ver representado na tela, porque pode se identificar e ver mais significado na história”, afirma. Em relação a escolha de Buzz Lightyear para um spinoff de Toy Story, e não do caubói Woody, Galyn explica: “Angus e eu somos fãs de ficção científica. A origem de Woody remete ao Velho Oeste, e faroestes são muito sangrentos para crianças.” O espaço é mais seguro para a diversidade.