Paulo Pinto/AE
A vitória favoreceu o técnico,
mas há novas denúnciass

Não foi a exibição de gala que os brasileiros e sobretudo os australianos esperavam. Mas a vitória por 3 a 1, de virada, sobre a Eslováquia, fez Wanderley Luxemburgo respirar aliviado e voltar a sorrir. Ao que tudo indica, os jogadores não sentiram em campo os efeitos colaterais das denúncias de sonegação fiscal e falsidade ideológica que desgastaram o treinador pouco antes do embarque para a disputa das Olimpíadas de Sydney. Na quarta 13, mais uma dor de cabeça para o técnico. A estagiária de Direito Renata Carla Moura Alves apresentou uma agenda em que constava o nome de cinco jogadores supostamente negociados com a indicação de Luxemburgo. O treinador teria embolsado comissão nas contratações de Edílson, Zinho, Mancuso, Macula e Jean Carlo, todos para o Palmeiras, ex-clube do treinador. Se confirmado o envolvimento do técnico nas negociações, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, terá a prova que faltava para demiti-lo.

Alex perdeu dois gols,
mas compensou no final

A estréia brasileira nas Olimpíadas começou com o time eslovaco bem organizado. A forte marcação e uma sequência implacável de faltas paravam Alex, Ronaldinho e Geovanni. Enquanto o time se enrolava em campo, apesar do apoio de brasileiros animados que trouxeram até faixa contra o presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC, melhor sem você), Porazik, atacante de 1,90 m de altura, fez o primeiro dos eslovacos aos 26 minutos. O que parecia o anúncio de um desastre serviu para que a seleção mostrasse a maturidade que o time principal ainda não encontrou nas Eliminatórias. Quatro minutos depois do trauma, veio o empate. Ronaldinho passou para Alex que, de primeira, lançou Edu. O jogador revelado no São Paulo matou a bola no peito, com classe, e concluiu com precisão no canto direito do bom goleiro Contofalsky. “No gol, a única jogada que deu certo, o Edu conseguiu um espaço livre que me permitiu dar o passe”, reconheceu Alex.

O Brasil voltou para o segundo tempo com mais disposição. A jogada pelas pontas era a saída. Fábio Aurélio lançou Edu pelo meio e recebeu de volta a bola na esquerda, surpreendendo a marcação. Como um ponta, foi à linha de fundo e cruzou forte. Tentando cortar o passe, Cisovsky acabou fazendo um gol contra. “O Fábio Aurélio foi um dos melhores em campo e merecia o gol”, afirmou Luxemburgo. O terceiro gol pareceu uma reprise do segundo. Desta vez, Fábio Aurélio, ao melhor estilo de um armador, fez um lançamento longo para Mozart, deslocado pela esquerda, ir ao fundo e cruzar. Lucas errou a bola, mas Alex, que já havia perdido dois gols, completou de pé direto para o gol, aos 46 minutos. Na comemoração, os jogadores cantaram parabéns para o meia, aniversariante do dia.