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O vice Michel Temer busca uma saída para o impasse em torno da Presidência da Câmara. Em conversas reservadas nas últimas semanas, ele fala na possibilidade de manter o revezamento entre PMDB e PT no cargo, como acontece desde 2007. Mas o acordo seria zerado agora. Por essa fórmula, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teria o apoio dos dois partidos na sucessão de Henrique Alves e o PT indicaria o nome a ser eleito em 2017. Para dar certo, ainda falta convencer Cunha e, claro, os petistas.

As razões de cada um

Eduardo Cunha resiste ao acordo. Avalia que sua eleição corra riscos no plenário se ficar caracterizada como alinhada ao PT e ao Planalto. Os petistas identificam o líder do PMDB como um adversário do governo. Michel Temer argumenta que, sob o comando de Cunha, os peemedebistas votaram a favor dos projetos de interesse da presidente Dilma.

Sequelas eleitorais I

As relações entre o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), e a senadora Ana Amélia (PP) se deterioraram. Depois de trocar ataques na campanha, os dois se reencontraram no Congresso na terça-feira 4. Tarso estendeu a mão para a senadora, ela não retribuiu.

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Sequelas eleitorais II 
 
Ana Amélia ficou magoada com a acusação feita por Tarso, no horário eleitoral, de que ela teria ocultado na declaração de patrimônio uma fazenda, espólio do falecido marido. A senadora, pelo menos por enquanto, não perdoou a utilização pelo adversário de um tema pessoal.

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Fusão partidária

Estão correndo bem as negociações para a fusão do DEM com o PSC e o Solidariedade. A nova sigla seria uma síntese dos atuais partidos: Democracia Solidária Cristã ou DSC. Na próxima legislatura, os três terão, juntos, 49 deputados, a quarta maior bancada da Câmara.

Agripino resiste

A fusão tem a bênção do líder do PMDB, Eduardo Cunha, do senador eleito Ronaldo Caiado (DEM), do ex-presidenciável Pastor Everaldo (PSC) e do manda-chuva do Solidariedade, Paulinho da Força. Quem não está gostando do movimento é Agripino Maia, presidente nacional do DEM.

Traições na base

O governo está mal com os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor, ambos tidos como aliados. Sarney votou em Aécio Neves no segundo turno, como revelou um vídeo da TV Amapá. Presente nos palanques de Dilma na campanha eleitoral, Collor aplaudiu com entusiasmo o discurso de oposição feito por Aécio na quarta-feira, 5, no plenário do Senado.

Assédio

Os tucanos tentam atrair parlamentares do PP para a oposição. O presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), afina-se com o Planalto. Mas o presidente de honra, senador Francisco Dornelles (RJ), é próximo ao PSDB. Ciro diz que, para conter a debandada, precisa de cargos na Esplanada.


Nomeações represadas

A presidente Dilma Rousseff ainda não nomeou os três diretores da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Criada em maio, a agência tem um orçamento superior a R$ 1 bilhão previsto para este ano. Por causa do atraso, o deputado Zé Silva (SD-MG) articula uma mensagem para Dilma com o pedido de que as indicações sejam feitas logo. O congressista mineiro deve ter o apoio das frentes parlamentares da agricultura e de extensão rural. Sem as nomeações, o dinheiro fica parado nos cofres do governo. O Palácio empurra o caso com a barriga para ajudar no superávit das contas.

Um cacique no STF

A Fundação Cacique Cobra Coral vai acompanhar de perto os trabalhos do Supremo Tribunal Federal na quinta-feira 20, quando os ministros vão decidir se aprovam o uso das águas do rio Paraíba do Sul para amenizar a crise em São Paulo. Os trabalhos da médium Adelaide Scritori, que recebe a entidade Cacique Cobra Coral, serão direcionados a partir do veredicto do STF. 

Toma lá dá cá

Fernando Haddad, prefeito de São Paulo

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ISTOÉ – O governo federal era contra o projeto que reduz os juros das dívidas das prefeituras e dos Estados aprovado pelo Senado?
Haddad –
Não foi uma oposição. No momento em que estavam fazendo terrorismo sobre essa aprovação, a opção foi aguardar para fazer um debate maior.

ISTOÉ – Que problema a mudança da regra vai corrigir?
Haddad –
Estados e municípios pagam uma taxa de juros superior ao que a União paga. Os entes menores não podem ser responsáveis por financiar dívidas.

ISTOÉ – A aprovação do projeto vai melhorar a vida dos gestores?
Haddad –
Os próximos prefeitos não vão passar o que eu e os prefeitos anteriores passamos. É muito constrangimento do ponto de vista financeiro. As contas estarão equilibradas em 2030.

Rápidas

* Deputados que não se reelegeram procuram herdeiros para seus projetos. Com o fim da legislatura, as propostas devem ser reapresentadas ou vão para a gaveta. Pelo menos 20 parlamentares perguntaram na Secretaria-Geral da Mesa como salvar suas propostas.


* O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, reuniu-se com o presidente do Senado, Renan Calheiros, na quarta-feira 5. A PF faz lobby pela Medida Provisória que tira do governo a prerrogativa de indicar o diretor-geral da instituição.

* A Câmara aprovou na semana passada a Medida Provisória de interesse da Polícia Federal. Agora, a bancada do PT no Senado trabalha para incluir na MP uma emenda que mantém no Executivo o poder de escolher outros cargos na cúpula da instituição.

* Derrotado na corrida presidencial, Pastor Everaldo (PSC) aproveitou a reunião da oposição no auditório Nereu Ramos para promover o deputado Filipe Pereira (RJ). “Queria cumprimentar, também, o deputado Filipe Pereira, que por acaso é meu filho”, disse.

Retrato falado

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O deputado federal Luiz Couto (PT-PB) vive sob tensão. Ameaçado de morte por milícias que denunciou, ele anda desde 2010 com escolta da Polícia Federal. No final da campanha eleitoral, a PF enviou ofício com o aviso de que a guarda seria suspensa, sob alegação de não haver justificativa para manter o aparato. Depois de um tempo em casa, apelou para petistas e ministros e obteve a escolta de novo. Não sabe até quando a proteção será mantida.

Coincidência de endereços

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O cientista político Antonio Lavareda (foto) tomou um susto ao saber que uma de suas empresas está cadastrada em Santana do Parnaíba (SP), no mesmo endereço que a MSML Participações, em nome de familiares de Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, executivo da Toyo-Setal investigado na operação Lava-Jato. Lavareda diz que o endereço é virtual e foi escolhido pelo contador. “É uma coincidência infeliz”, diz.

Pela unidade nacional

Em tempos de ressaca eleitoral, chamou a atenção a abordagem ao prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, feita pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP), na quarta-feira, 5, no cafezinho do Senado. Sem medir as palavras, Teixeira disse que o tucano faz falta em Brasília.

Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo
Fotos: Valério Ayres/CB; Jose Varella/CB; ANDRE DUSEK/AE  


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