07/11/2014 - 14:51
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira, 7, que o governo vai reduzir em 2015 os subsídios financeiros nos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mantega também mencionou cortes no auxílio-doença -hoje na casa dos R$ 70 bilhões – e na pensão por morte – no patamar de R$ 90 bilhões.
Para o ano que vem, quando não estará mais no cargo, Mantega disse que o resultado primário deverá fechar 2015 positivo de 2% a 2,5% na proporção do Produto Interno Bruto (PIB).
Sobre outros cortes de gastos do governo, ele não quis dar mais detalhes, alegando que os estudos que vão viabilizar os cortes de despesas ainda não foram finalizados. "Assim que finalizarmos, anunciaremos para vocês", disse Mantega, após participar do Encontro Fiscal 2014 na FGV.
Sobre o fator previdenciário, ele disse que não está sendo discutido no Orçamento. Para este ano, o ministro disse que pode se esperar um primário positivo. Guido Mantega disse que o juro da dívida encontra-se em um patamar elevado e que isso acaba pressionando a política fiscal. De acordo com ele, isso ocorre porque a taxa de juro no Brasil costuma ficar em patamar mais elevado em relação ao padrão internacional.
Confusão
Mantega falou que há muita confusão e mal entendidos em relação à politica fiscal no Brasil. E prometeu desfazer um pouco da confusão. "Minha avaliação terá um viés mas otimista porque eu sou responsável por essa política há 12 anos", disse.
O ministro voltou a apontar a crise internacional como problema para o desempenho da economia ao afirmar que o governo reduziu impostos para investimento e consumo de bens duráveis. Mas antes de 2008, de acordo com ele, a situação fiscal era confortável e seguia o bom desempenho da economia. Isso significava, de acordo com ministro, maior arrecadação.
Foi nesse período, de acordo com ele, que ocorreu o forte processo de formalização do mercado de trabalho brasileiro. "Nós aperfeiçoamos os processos de controle da arrecadação. O resultado primário de 2000 a 2008 foi maior com uma taxa expressiva de primário, maior que na grande maioria dos países", disse.
Sucessor
O ministro disse que o principal desafio do próximo ministro da Fazenda será o de fazer a transição de um período de crise enfrentado com políticas anticíclicas para um novo ciclo de expansão econômica. Ele evitou comentar os nomes que estão sendo cotados para a Fazenda. "A minha fonte é a presidente Dilma e ela não anunciou nenhum nome até agora", disse Mantega ao ser provocado pelos jornalistas a comentar os nomes ventilados para substituí-lo.