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O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, condenado no processo do mensalão por corrupção ativa, deixou na manhã desta terça-feira, 4, o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Brasília para comparecer à Vara de Execuções Penais (VEP). Dirceu deve ganhar ainda nesta terça-feira o direito de cumprir o restante de sua pena, de 7 anos e 11 meses, em casa. O petista ficou ao todo 11 meses e 20 dias preso.

Condenado no processo do Mensalão, José Dirceu teria direito a progredir para o regime aberto apenas em março de 2015, mas o advogado criminalista José Gerardo Grossi conseguiu acelerar o processo alegando bom comportamento, o que inclui a leitura de livros, os estudos e o trabalho no escritório do próprio advogado. Como no Distrito Federal não há casas de albergado, estabelecimentos próprios para condenados a regime aberto, a Justiça garante aos detentos nessa condição que sejam beneficiados com prisão domiciliar. Para isso, Dirceu terá que assumir o compromisso de morar no endereço declarado e avisar qualquer mudança. O ex-ministro também não pode sair do local entre 21h e 5h da manhã e aos domingos e feriados ao longo de todo o dia, nos primeiros meses da pena.Ele também deve comparecer à VEP a cada dois meses.

José Dirceu trabalha desde julho no escritório do advogado e amigo; e recebe um salário de R$ 2,1 mil. Com o trabalho, conseguiu a diminuição de 142 dias de pena. A progressão para o regime aberto foi concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.

O ex-tesoureiro Jacinto Lamas e o ex-deputado federal Bispo Rodrigues, outros condenados do Mensalão, também já cumprem a pena em casa. Já o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto aguarda autorização do STF para ter o mesmo benefício.

Saída de Dirceu de presídio tem confusão com humorista

A saída de Dirceu do CPP foi marcada por tumulto e empurra-empurra causados por desentendimento entre seguranças do ex-ministro e um repórter do programa Pânico na TV, da Rede Bandeirantes.

Antes deixar o Centro, Dirceu avistou a equipe de reportagem e bradou ainda do lado de dentro do complexo: "Vocês não têm vergonha na cara?". Ao notar que os repórteres não iam embora, o ex-ministro cruzou o portão cercado por dois seguranças que tentavam impedir o repórter do Pânico na TV de entregar um maço de dinheiro ao petista. Como chovia, os seguranças tentavam proteger Dirceu com seus guarda-chuvas.

Dirceu embarcou numa caminhonete no horário que costuma sair para trabalhar.