Surge mais uma arma na luta contra o papilomavírus humano (ou HPV), microorganismo causador de uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais frequentes na população de 15 a 35 anos. Um trabalho feito em São Paulo apontou que uma substância já conhecida, o interferon-beta, geralmente aplicado nos tratamentos contra hepatite B e C e esclerose múltipla (doença degenerativa dos nervos), é também eficaz contra esse tipo de DST. Vale lembrar que o vírus provoca o aparecimento de verrugas genitais em mulheres e homens e que, dependendo de seu tipo (existem mais de 100 variedades), pode levar ao câncer.

Contra o HPV, especialistas estão usando o interferon-beta (por via injetável) combinado com microcirurgias para remover as lesões. Como a simples remoção não é garantia de cura (o vírus pode voltar a se manifestar), a saída é o remédio, capaz de reduzir a presença do microorganismo no corpo e diminuir suas chances de retorno. A combinação está dando certo. A ginecologista Nadir Oyakawa, do Hospital Pérola Byington, de São Paulo, tratou 50 pacientes, associando as microcirurgias e um medicamento recém-lançado no Brasil, o Serobif, do laboratório Serono (foto). “Em alguns casos, ele praticamente eliminou o vírus com um mês de tratamento”, afirma. As injeções de interferon são caras (a caixa com três ampolas custa cerca de R$ 500) e muitas vezes causam febre e náuseas. “O remédio pode ter efeitos secundários, mas usá-lo nos casos mais graves compensa para evitar o retorno da infecção”, diz Nadir.