A apresentadora Xuxa não come carne, mas adora hambúrguer. Sem conflitos. No restaurante Joe & Leo’s, uma sanduicheria chique do Rio de Janeiro, a rainha dos baixinhos sempre pede o prato na versão vegetariana, feito com lentilhas ou arroz integral. Pode parecer heresia, mas a iguaria criada há três séculos, pelos moradores de Hamburgo, na Alemanha, que ganhou a América e virou sinônimo de fast-food em todo o mundo, está cada vez mais chique. Conquistou a nobreza de carnes como a picanha, estendeu seu paladar aos peixes e adotou sabores do Oriente. Mudou também em outra característica. Os preços podem chegar a R$ 15 por um sanduíche mais sofisticado. “O próximo passo é fazer um hambúrguer de carne de caça, provavelmente de faisão”, diz André Cunha Lima, um dos sócios do Joe & Leo’s e mentor intelectual das criações da casa, que inclui um exótico hambúrguer de feijão branco.

No Hard Rock Café, na Barra da Tijuca, o cardápio de hambúrgueres diferentes tem uma assinatura ilustre. A versão vegetariana, presente nas filiais do mundo inteiro, levou o aval de Linda McCartney, a falecida esposa de Paul McCartney, que não comia carne. O veggie burger mistura arroz, nozes e vegetais picados. “É uma opção para quem não gosta de carne, mas curte comer sanduíche. Muita gente também opta pelo hambúrguer vegetariano porque é menos calórico do que o tradicional”, observa Marcelo Politi, gerente-geral do Hard Rock. A clientela agradece. “Para quem está de dieta, é uma opção. Não precisa ficar de olho gordo no sanduíche alheio”, brinca a professora de inglês Márcia Caldeira Salomão, que já levou os sobrinhos quatro vezes ao restaurante.

Carlos Magno
… ou nozes com vegetais.

A turma da dieta também pode se fartar com os hambúrgueres de carne de peixe. O chef Marcos Alvim, que prepara um festival só de sanduíches para o restaurante American Dream, na Barra, faz versões com atum, salmão e com brócolis e cenoura. A outra especialidade de Alvim é o hambúrguer de picanha. O Joe & Leo’s tem prato semelhante, batizado de bronco burger. “A picanha é uma carne mais nobre para o hambúrguer”, diz André Cunha Lima. “Mas preparar um sanduíche diferente pode levar até dois meses. Não é fácil fazer a liga. Já tentei um com páprica e não deu certo”, diz o sócio da casa. Na recém-inaugurada Surf Adventures, também na Barra, o cardápio tem inspiração havaiana. Os donos, o surfista Carlos Burle e o diretor de tevê Roberto Moura, frequentavam uma lanchonete em Haleiwa, no Havaí, e resolveram copiar algumas idéias. Uma das receitas tem por base o molho teriaky, típico da culinária japonesa. “O hambúrguer leva molho de soja e gengibre. Fica levemente adocicado. Quem experimenta adora”, diz Roberto. O estudante Carlos Eduardo Rocha Ferreiro testou. E aprovou. “Nos Estados Unidos, cheguei a experimentar hambúrguer de rã e de codorna. Para quem gosta de comer sanduíche todo dia, ter variedade de escolha é ótimo”, comemora.