Ao lançar de aviões na semana passada armamentos e munições para combatentes curdos que enfrentam militantes do grupo radical Estado Islâmico na cidade de Kobani, a força aérea dos EUA protagonizou uma grande trapalhada. As armas jogadas foram parar indevidamente nas mãos dos jihadistas, e no dia seguinte à operação o constrangimento foi ainda maior quando integrantes do Estado Islâmico divulgaram um vídeo exibindo o material bélico americano por eles recolhido – nele agradecem ironicamente os EUA pelos lotes enviados. O Pentágono admitiu o erro, o que não contribui em nada para conter o avanço dos fundamentalistas na Turquia. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou a ação americana não somente pelo erro, mas também pela estratégia de armar os curdos. A situação de Erdogan é, portanto, bastante complicada: ele precisa dos curdos como aliados para frear o Estado Islâmico, mas, ao mesmo tempo, não os quer bem aparelhados porque os teme na guerra separatista.