Sempre que um católico conservador protesta, cem católicos liberais coçam a cabeça e começam a duvidar de suas convicções. A tradição tem peso. Não foi diferente agora com o documento produzido pelo Sínodo da Família, que congregou duas centenas de bispos e cardeais no Vaticano ao longo da semana passada. No caminho liberal do papa Francisco, que cumpre a missão jesuítica de estancar a evasão de fiéis, o documento abordava temas sensíveis como a permissão para que católicos divorciados possam se casar novamente na Igreja (o que implica poderem comungar), valorizava “dons e qualidades” dos gays e não demonizava os contraceptivos. Como era de se esperar, conservadores protestaram. Também como era de se esperar, os liberais recuaram por intermédio do porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi. Ele frisou que o documento será novamente debatido em 2015.