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CRIAÇÃO
Jimmy Dubs customiza até 20 pares de tênis por mês.
Cada um custa cerca de R$ 150

Por que usar um tênis igual ao de todo mundo se você pode ter um feito exclusivamente para você? É essa a ideia por trás da customização, que transforma cada par em uma obra de arte cheia de referências estéticas. Leandro Nascimbe, 27 anos, de São Paulo, que assina seus trabalhos como Jimmy Dubs, começou a personalizar calçados na Espanha, há três anos, inspirado em trabalhos de artistas australianos e americanos. De início, modificava seus próprios pares, mas logo começou a receber encomendas, que chegavam a 20 por mês. “Minha inspiração é a cultura hip-hop. A customização de tênis começou com grafiteiros que pintavam seus tênis para ir às festas”, diz. Outra fonte é o cinema – um dos pisantes de Nascimbe remete ao filme “Faça a Coisa Certa”, do cineasta Spike Lee. Os preços partem de R$ 150. “Mas depende do trabalho, de acordo com o desenho e a quantidade de cores”, afirma.

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Mais femininos, os tênis de Andréa Santos, 33 anos, de São Paulo, usam sempre como base a marca All Star. “Eu gosto da lona. É bem melhor para desenhar”, afirma. Florais e estampas coloridas, como desenhos de mangá e personagens estilizados, custam a partir de R$ 190 e já incluem os calçados. “Nunca um pé sai totalmente igual ao outro, já que meu trabalho é totalmente artesanal. Tem gente que me pede criações até em cima das próprias tatuagens”, diz a artista. Por um valor adicional, é possível comprar a exclusividade total do desenho.

Antenadas com essa tendência, muitas marcas estão investindo na personalização de seus produtos. A Nike Sportswear, loja-conceito da grife, tem um corner em que é possível personalizar o modelo Nike Dunk com dez cores diferentes, em nove partes do tênis, e escrever uma frase com até 12 caracteres. O sistema foi desenvolvido no Brasil e o tênis demora 28 dias para ficar pronto. A Converse, do Tênis All Star, lançou kits com canetas para customizar o tênis e vai produzir uma linha este ano cujas estampas foram desenvolvidas por artistas independentes escolhidos por meio de um concurso. Outra ação semelhante foi desenvolvida pela Vans, que convidou sete artistas para personalizar tênis destinados a um leilão beneficente. Diego Miguel, 25 anos, foi um dos designers que participaram do projeto. “Essa tendência mostra que as pessoas querem buscar coisas mais individuais, menos massificadas. É um prazer maior”, acredita Miguel. Rabiscar camisetas, tênis e shapes de skate passou de brincadeira de moleque para arte de gente grande.

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PISADA
Os All Star estilizados são um hit