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Privatização, meritocracia, livre iniciativa… o discurso parece familiar? Na campanha presidencial de 1989, Ronaldo Caiado, do PSD, era o candidato que apresentava com mais afinco esses ideais liberais. Ex-líder da União Democrática Ruralista, poderosa instituição que representava os interesses dos grandes produtores do campo, o médico Caiado dizia não ser de direita, mas um democrata, e defendia a presença do Estado apenas em setores considerados estratégicos, como habitação, saúde e segurança. Para todos os efeitos, na campanha, Caiado era um "nanico", mas cujas ideias encontram, até hoje, muitos apoiadores. "Não podemos confundir defesa de livre iniciativa nem defesa de terra produtiva como sendo radical de direita", disse.

 

O presidenciável Ronaldo Caiado vem descobrindo ultimamente uma insuspeitada identificação com a poesia de Caetano Veloso. Toca-lhe platonicamente a alma um trecho da música Gente que diz “gente é para brilhar, não para morrer de fome”. É provável que os inimigos do candidato não se comovam com a revelação, mas talvez se surpreendam ao descobrir que ele prefere um bom filme de suspense a um faroeste. No mais, Caiado é tudo aquilo que se sabe dele há um bom tempo. Continua invectivando contra o clero progressista, classifica de “demagógicas” as propostas dos candidatos de esquerda, a “esquerda de boutique”, para usar um termo que ele adora, diz ser um defensor da reforma agrária, a seu modo – aquela feita em terra da União – e reafirma seu credo privatista.

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Ronaldo Caiado
Perseguido desde o tempo da primeira comunhão

No passado, valendo-se de uma bolsa de estudos concedida pelo governo brasileiro, Caiado especializou-se em Ortopedia em Paris, onde vivia com US$ 600 por mês num studio em Jussier – um “bairro de operários”, diz exultante. Hoje, aos 39 anos, o candidato do PSD não vê incoerência entre seu discurso atual e os favores oficiais de que um dia se valeu. “Foi por mérito”, explica. Também não acha contradição no fato de ter escolhido para seu vice Camillo Calazans, que recentemente se declarou de esquerda à IstoÉ Senhor. A propósito, Caiado se considera um “democrata liberal”, um homem de centro.

ISTOÉ – Dizem que o sr., quando estudante, recebeu bolsa do governo, e que isso não combinaria com seu atual discurso antiestatizante.
Ronaldo Caiado —
Fui para o Rio de Janeiro com 16 anos, passei a viver em uma república e prestei vestibular no Maranhão disputando uma vaga com 80 candidatos. Fui universitário, acadêmico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Fiz meu curso de pós-graduação no Rio de Janeiro, fui professor assistente na Universidade Federal do Rio de Janeiro e tive a oportunidade de tirar bolsa de estudos para ir à Europa. Depois retornei ao Brasil e todos os cargos que ocupei foram por concurso público. Desafio qualquer um a mostrar que eu tenha sido nomeado para algum cargo que não tenha sido por concurso público. Eu poderia, naquela época, muito bem me privilegiar da força política da minha família e no meu Estado e, talvez, ocupar um cargo de secretário.

ISTOÉ – O seu avô foi governador?
Caiado – Foi senador do Estado, meu tio-avô foi senador, o meu primo foi governador, meus tios senadores, deputados federais e estaduais.

ISTOÉ – E isso em Goiás?
Caiado –
Tudo no Estado de Goiás. Então eu poderia muito bem ocupar cargos de nomeação, mas nunca quis e até hoje aguardo concurso público da Universidade Federal de Goiás para a cadeira de Ortopedia, porque esse concurso não foi aberto. Por currículo, tenho condições de ser aprovado. Sempre fui coerente. Em relação ao ensino, deve prevalecer a qualidade acadêmica de cada estudante. Quem se destaca deve ter direito à bolsa de estudos, independentemente da sua condição financeira. O estudante que não tem condições econômicas e chega a ser aprovado no vestibular também deve ter direito a uma bolsa de estudos. Já aquele que passou no vestibular, mas não mostra exuberância do ponto de vista acadêmico, deve pagar a universidade de acordo com sua capacidade, de acordo com o lmposto de Renda de sua família. Esta é a tese. Agora, o primeiro e segundo graus devem ser função do Estado.

O fenômeno Collor é superficial, um efeito da sua arrancada inicial

ISTOÉ — O sr. tem quantos filhos?
Caiado —
Eu tenho um casal e crio duas.

ISTOÉ – O que o cidadão Ronaldo Caiado pensa sobre temas como, por exemplo, o aborto e a virgindade?
Caiado –
Em relação ao aborto, sou contra por dois motivos. Por ser médico e passar 24 horas dentro do meu consultório, do meu centro cirúrgico, para realmente salvar vidas. Além disso, pela minha formação católica eu sou contra. Em relação ao problema da virgindade, hoje é um assunto que não é mais tabu, não vamos mais rotular as pessoas por serem virgens ou não.

ISTOÉ – Como médico ou político, o sr. nunca denunciou a mercantilização da medicina, os grupos médicos que se formam e cobram tarifas escorchantes. Por quê?
Caiado –
São pessoas da classe. Nunca critico uma classe. Há bons e maus médicos; há bons jornalistas e maus jornalistas.

ISTOÉ – Mas não há todo um sistema errado no País?
Caiado –
Esse sistema no País, para ser analisado, precisa passar por uma auditoria. Você pode saber o seguinte: eu, Ronaldo Caiado, faço a minha medicina privada e faço a minha medicina, com bom atendimento, a todos aqueles previdenciários. O que nós temos de diferenciar aí é que um hospital não tem como sobreviver com as taxas que são pagas pela Previdência Social. Nós, médicos, não aceitamos que todo cidadão venha com a carteirinha da Previdência Social e queira o mesmo tratamento, porque aí você privilegia aqueles que têm condições financeiras, por questão de amizade ou de facilidades. O que nós queremos no Brasil é o seguinte: que o verdadeiro trabalhador, ou aquele que não tem realmente renda, ou que tem pouca renda, tenha cobertura 100% do Estado em termos de saúde. Mas aquele que realmente tem grande salário, ou que tem grande faturamento, não é justo que nós, médicos, tenhamos de atendê-lo em nosso hospital como sendo indigente ou um trabalhador de salário mínimo.

ISTOÉ — O sr., certamente, vota em Ronaldo Caiado. Agora, se não fosse candidato, em quem o sr. não votaria?
Caiado —
Não votaria em nenhum daqueles que defendem teses estatizantes, não votaria em todos aqueles que defendem o Estado todo-poderoso. Você tem Lula, tem Roberto Freire, você tem Brizola. Sobre esses três, realmente, não teríamos como apoiar suas teses.

ISTOÉ – Como o sr. analisa o crescimento de Collor?
Caiado —
É um fenômeno epidérmico. Não tem profundidade. Até agora, o fenômeno é decorrência da arrancada que ele teve. Daqui para frente os candidatos vão ser aquilatados pelos debates, pelas propostas. Todos os candidatos vão sempre dizer que têm solução para o problema da Eduação, da Segurança, da Habitação, que vão conter o déficit público, que vão dar melhores salários e que vão dar mais empregos. Agora, eu gostaria que se fizesse a seguinte pergunta: “Como o sr. vai arrumar verba para resolver esse problema?”

ISTOÉ —  Habitação
Caiado —
Exatamente. Só para se ter uma ideia, com dez milhões de casas, hoje, nós simplesmente atenderíamos os desabrigados. O que custaria 150 milhões de dólares. Então qualquer candidato que fala que vai resolver o problema agora, ele está sendo incoerente, pelo menos. Porque ele não teria como fazer essa injeção de verba só para o setor habitacional. O candidato deveria dizer, isto sim, é como ele vai arrecadar verba para viabilizar tudo isso que ele está dizendo, que vai arrumar a Segurança, Educação etc. O nosso projeto, se eleito, consiste exatamente em viabilizar não só os setores produtivos, mas também poder atender esse setor que toca ao governo. Se nós temos um governo totalmente falido e perdulário, nós, em primeiro lugar, temos de conter essa máquina estatal fazendo a privatização. E com isso você estaria capitalizando o Estado.

ISTOÉ – Uma proposta sua que não foi bem compreendida, ou pegou mal, foi aquela coisa de ocupação da Amazônia. O que é aquilo?
Caiado –
Vamos deixar claro que ocupação não é devastação; ocupar de maneira inteligente, respeitando as normas, as regras, não destrói o ecológico. Nós não podemos nessa hora é ficar aqui com ar professoral esperando que a Amazônia seja horto florestal de europeu e americano, com os 15 milhões de brasileiros que lá vivem morrendo de lepra, malária, leishmaniose. O que nós precisamos é ocupar a Amazônia sem destruir nossos mananciais, sem destruir nossas florestas, sem provocar erosão, ocupando-a com culturas que são aquelas características de regiões tropicais. Você substitui a mata por seringais, por cacau, por dendê; isso em nada estará comprometendo a Amazônia. Você produzir – veja bem, ninguém nunca falou isso porque poucos conhecem o Brasil – em sete milhões de hectares de terra, mais ou menos, que são as várzeas dos grandes rios na Amazônia, onde há todas as condições férteis para se produzir, comparada às terras do Nilo.

ISTOÉ – O que o sr. gosta de fazer?
Caiado –
A vida toda, desde a infância, eu sempre tive uma ligação muito grande com o campo. Tenho de reconhecer que nunca fui bom em esporte; o esporte que eu digo é o futebol, o basquete. Sempre gostei mais da atividade do campo. Sempre fui bom na montaria, fui bom no trabalho de curral, sempre gostei das festas do interior; sempre soube trabalhar na agricultura.

ISTOÉ — O sr. tem tempo para ler?
Caiado –
Ultimamente tenho tido muito pouco tempo, porque, com essa maratona de reuniões, ele fica escasso, até para poder dormir; durmo em média três a quatro horas por dia.

ISTOÉ – Que tipo de leitura o interessa?
Caiado –
Leio bastante Carlos Lacerda, Raymond Aron, que eu admiro, pois hoje acho um francês atual.

ISTOÉ – Jacques Chirac é seu ídolo?
Caiado –
É uma pessoa que admiro, não só pela sua inteligência, mas pela maneira como ele pratica a política. Ele ainda vai ocupar o cargo que merece na política – não francesa, mas europeia. Então, tenho tido ultimamente oportunidade de ler mais livros ligados ao passado político, não só brasileiro, mas também internacional, para realmente poder discutir com mais base.

ISTOÉ – E música? É country, caipira?
Caiado –
Gosto de sertaneja, gosto de samba, aprecio muito a Gal Costa – ela cantando Festa no Interior é algo bonito. Tem o Sérgio Reis com Menino da Porteira e coisas mais; são músicas bonitas. Vou contar um caso: a minha grande frustração é nunca ter aprendido a cantar nem tocar violão. Quando fui fazer a primeira comunhão pediram que eu não fizesse parte do coro, porque quando a voz estava lá em cima, eu estava embaixo, nunca consegui realmente aprender a cantar. Engraçado, um cantor que tem me impressionado, e que eu não observava muito, é o Caetano Veloso. Nas letras é um gênio, nas músicas também. Ele até diz: “Gente nasceu para brilhar, não para morrer de fome", depois ele fala sobre a eternidade da maçã. Se você for interpretar aquela música, ela tem muito de cultural, ela tem mensagens. Eu concordo plenamente com ele, é melhor ser cometa do que ser planeta. É melhor brilhar pelo menos uma vez na vida do que passar inerte pela vida toda.

Concordo com Caetano Veloso. É melhor ser cometa do que planeta.

ISTOÉ — E cinema, o sr. gosta de faroeste?
Caiado –
Não, eu gosto de… Vou contar uma coisa: há mais ou menos quatro anos, eu não tenho oportunidade de ir ao cinema. Eu tenho lido um pouco sobre alguns filmes, mas não tive a oportunidade de acompanhar nenhum desses aí, nem de Gandhi, nem do festival de Gramado. Eu gosto… de filme mais… filme de suspense, certo? Um policial, inteligente. Eu gosto também de um faroeste, principalmente da nossa época, o Zorro, o Roy Rogers, Hopalong Cassidy.

ISTOÉ – O sr. negou diversas vezes o envolvimento da UDR no assassinato de Chico Mendes. O assunto é velho, mas vale a pena retomá-lo.
Caiado –
Cabe ao cidadão que denuncia ter de provar, e o que se viu no caso Chico Mendes foi que algumas pessoas e alguns setores extremados do País tentaram tirar subsídios políticos e eleitoreiros, não preocupados com a violência no campo, mas muito mais com seus problemas pessoais. O diretor-geral da Polícia Federal, dr. Romeu Tuma, esclareceu, apresentando a todo o povo brasileiro o assassino e o mandante.

ISTOÉ – Qual é a sua estratégia para enfrentar isso, coma escapar desse estigma?
Caiado –
Esse estigma – vamos ser claros – que tentaram imputar sobre minha entidade, que presidi, de ultradireita, foi decorrência do nosso crescimento político a nível nacional. Quando um setor do País viu que realmente a liderança de Ronaldo Caiado extrapolava o meio rural e que nós conseguiríamos levantar o Brasil produtivo e desalojar este Brasil corrupto, incompetente, ou que faz a apologia da miséria, eles aí entraram rapidamente naquela famosa tática utilizada por Joseph Goebbels – foi ministro do Hitler – que defendia a tese de que uma mentira repetida mil vezes se transformava em verdade.

ISTOÉ – Do ponto de vista ideológico, no Brasil ninguém é de direita, ninguém assume.
Caiado –
Qual é a origem do termo direita? Então vamos na origem. Direita vem de onde? Da posição onde os parlamentares sentavam no Parlamento francês. Os girondinos eram os que sentavam à direita, representantes dos comerciantes. À esquerda sentavam os jacobinos, representantes, vamos dizer, dos trabalhadores. E no centro sentavam os montanheses, que eram os representantes dos produtores rurais (sic). Desde a época francesa, ser de centro é estar no alto. Essa é a nossa e nós continuamos nela. Porque não podemos confundir defesa de livre iniciativa nem defesa de terra produtiva como sendo radical de direita. Sempre tive a coragem de defender aquilo que eu pratico.

Usaram contra mim a tática de Goebbels: repetir a mentira até virar verdade

ISTOÉ – Como o sr. se coloca ideologicamente, ainda que utilizando os rótulos conhecidos?
Caiado –
Ideologicamente eu sou um democrata-liberal. Eu sou um democrata, um homem que respeita a decisão da maioria, como também respeito as minorias. E liberal, porque acredito que se deve dar igualdade de oportunidades para as pessoas.

ISTOÉ – Sim, mas igualdade de oportunidade entre, por exemplo, um filho de fazendeiro ou de um grande médico e de alguém que more em Alagados, isso é possível?
Caiado —
Desde que você dê a este homem que mora em Alagados saúde, educação, alimentação, ele terá condições de chegar à universidade e destacar-se não pela sua origem, mas pela sua capacidade.

ISTOÉ – Não é igualdade de oportunidades que o Brasil tem oferecido às pessoas?
Caiado –
Não é, eu concordo plenamente, mas isso ai não é a livre iniciativa, isso ai não é o que nós defendemos, esse modelo que está aí instalado. O que nós defendemos é o modelo do Brasil verdadeiro, desse que tenta lutar contra a especulação, desse que tenta lutar contra a agiotagem, a corrupção que está instalada. Mas, infelizmente, esse Brasil está sendo cada vez mais destruído para beneficiar o Brasil que especula e que é agiota. Nunca confundir o nosso movimento com isso que está aí, com o status quo vigente.

ISTOÉ – Como o sr. vê no Brasil a atuação da Igreja?
Caiado –
Sou católico praticante, respeito a Igreja Católica. A Igreja Católica na qual fui criado e onde aprendi os ensinamentos de Cristo, essa merece todo o meu respeito e admiração. Como católico, só conheço uma igreja, a de Cristo.

ISTOÉ – E qual é a Igreja de Cristo?
Caiado —
A Igreja de Cristo representada pelo Papa. Não conheço na Bíblia e nem no ensinamento a Igreja Progressista. Essa não consta da minha formação. Os últimos pronunciamentos do Papa têm sido de total resistência a qualquer uma dessas deformações que a Igreja Progressista quis implantar na Igreja Católica. Tanto é que se nós formos dissecar bem a tese da Igreja Progressista, a tese qual é? É colocar Jesus Cristo à disposição de Karl Marx.

ISTOÉ — Na época da Constituinte, o sr. dizia que não seria candidato a presidente da República, enquanto todo mundo sabia que era. E hoje o sr. é. O que é que houve?
Caiado –
Não adianta eu estar só na luta do produtor rural, chorando sobre o leite derramado, e nem na área médica, porque no final são alguns tecnocratas decidindo sobre nosso setor. E, num regime democrático, eu aprendi também que se não tiver posição de mando ou de decisão, você nunca vai interferir e as injustiças continuam.

A tese da Igreja progressista é colocar Jesus a serviço de Marx

ISTOÉ — Há algum descompasso na chapa Caiado-Calazans. O seu vice disse recentemente à própria revista IstoÉ Senhor que era um homem de esquerda e a favor da reforma agrária.
Caiado –
Ele nunca foi contra e nem eu.

ISTOÉ – Qual é o modelo de reforma agrária de Ronaldo Caiado?
Caiado –
Já apresentamos por várias vezes ao ex-Ministério da Reforma Agrária e nunca foi deferido. Primeiro, o levantamento de todos os verdadeiros trabalhadores rurais arrendatários e meeiros. Esses são homens vocacionados e conhecem o problema da terra. Em segundo lugar, levantamento das terras públicas que giram em torno de 117 milhões de hectares – sem ter o governo que gastar para desapropriar, que somos nós, brasileiros, quem pagamos toda desapropriação. Terceiro lugar, o governo colocar a livre iniciativa promovendo os assentamentos.

ISTOÉ – A UDR é contra as multinacionais que têm largas regiões de terras . . .
Caiado –
Não! Nós somos contra quem não produz. Não sou contra multinacionais, não sou contra o setor médico. Nunca generalize minha crítica. Sou contra quem não desenvolve atividade produtiva na sua propriedade.

ISTOÉ – Qual o papel, na sua opinião, que o Estado deve desempenhar na economia?
Caiado —
O Estado deve ser um controlador, para não deixar que se pratiquem excessos. Ninguém vai querer sonhar que o Estado deve ser retirado de tudo.

ISTOÉ — E onde ele deve permanecer?
Caiado —
Deve permanecer principalmente fazendo seus estoques reguladores, deve permanecer em setores de segurança nacional. Tudo bem, deve permanecer também naquilo que corra o risco de se tornar monopólio, onde uma pessoa se tornaria quase o dono de todo o setor. Quando defendemos a privatização não queremos transferir aquilo que o Estado construiu com o dinheiro público, para os grandes cartéis. Tanto que a nossa privatização vai ser estudada caso a caso. Vamos privatizar mais aquelas áreas que forem mais competentes em mãos da livre iniciativa. É para isso que eu tenho Camillo Calazans, que, além de ser economista, é um homem que conhece a fundo a máquina estatal. Junto conosco, ele está elaborando um plano de governo para essas áreas.

ISTOÉ – Em que setores o Estado deve permanecer?
Caiado —
O Estado tem de interferir na área da saúde, habitação e segurança. Esses quatro são realmente fundamentais para que a sociedade possa ter igualdade de oportunidade.