Racha na equipe econômica
Não convidem para o mesmo seminário de economia o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. Os dois andam às turras. A cada ponto porcentual de aumento sobre a taxa básica de juros, decidido por Armínio Fraga, Everardo, que é o homem da arrecadação, arranca os cabelos. Pensa na gastança que isso provoca sobre o serviço da dívida. Mas a encrenca maior agora é a CPMF. Armínio anunciou na quinta-feira 21 que estava “autorizado a dizer que a posição do Ministério da Fazenda” sobre a reedição do imposto é a seguinte: evitar, desta vez, incidências nas operações das Bolsas de Valores. Ou seja, teria vencido a queda-de-braço contra Everardo, que é a favor da cobrança sobre as Bolsas. O secretário fez suas contas: isso significará uma perda de receita da ordem de R$ 5 bilhões ao ano, quase um terço de tudo o que é arrecadado hoje pela CPMF. Para se voltar a arrecadar os R$ 18 bilhões atuais, o novo imposto sobre o cheque teria que ter sua alíquota aumentada dos atuais 0,38% para 0,48%, no bolso de todos os cidadãos. Não dá para aceitar!

A trave de EJ
Durante o depoimento do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas no Congresso, na terça-feira 19, o senador-franciscano Pedro Simon (PMDB-RS) abriu seu livrinho de orações. Era exatamente o momento em que Eduardo Jorge abria fogo contra o procurador Luiz Francisco de Souza. A foto ao lado mostra o capítulo do livro: “Exame de consciência.” Texto: “Por que vês tu um cisco no olho do teu irmão e não reparas na trave que tens no teu olho?”

Garotinho versus Bené
Para sair candidato a presidente da República (ou vice), o governador do Rio, Anthony Garotinho, tem um problema: a vice Benedita da Silva (PT), com quem não anda se entendendo. Garotinho teria que se desincompatibilizar em abril, deixando o governo nas mãos de Bené, que abriria guerra contra a banda podre da polícia, acabando com a candidatura de Garotinho. Solução encontrada pelo governador: disse a Benedita que não vai deixar o cargo nem ela assumirá o governo. A não ser que a vice aceite uma aliança. Bené entraria no PSB e se desincompatibilizaria do governo para concorrer ao Senado. Aí, sim, com o apoio de Garotinho.

Cheiro de fumaça
Depois do retorno à Bahia do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, forçado a renunciar para não ser cassado por ter fraudado o painel do Senado, o clima anda tenso para a oposição local. Em menos de um mês, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa recebeu duas denúncias de atentados a sindicalistas no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. Os agressores, que agiram armados, são funcionários públicos. Já foram identificados e denunciados à Polícia, mas até agora ninguém foi punido.

Duda lá!
Os marqueteiros de Fernando Henrique Cardoso andam de orelha em pé com a campanha de televisão do PT. A avaliação é de que o publicitário de Lula, Duda Mendonça, acertou a mão. Para desespero dos tucanos! E já tem gente de peso articulando retaliações: é que a empresa de Duda tem a conta do Banco Central.

Rápidas

A bancada de Goiás, onde está a única mina de amianto do Brasil, derrotou os ambientalistas. Vai para a gaveta o projeto do PT proibindo a comercialização do amianto no País.

O senador Lauro Campos, que foi eleito pelo PT do Distrito Federal, assina no próximo dia 28 sua ficha de filiação ao PDT. Com direito a uma festança do cacique Leonel Brizola.

Geddel Vieira Lima (PMDB) ficou tiririca porque o ministro José Serra vai lançar um programa de Saúde na Bahia. Serra nem liga. Prefere outro político no Estado: Paulo Souto (PFL).