19/09/2014 - 21:00
O racha entre a Força Sindical e as centrais afinadas com o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, como a CUT, provocou mudanças nos processos de criação de sindicatos. Hoje, se um sindicato estiver ligado à Força, não receberá a carta de funcionamento nem, muito menos, as verbas descontadas dos trabalhadores. O boicote deve resultar em pelo menos três processos judiciais. A briga tem um componente político: Paulinho da Força, líder da central prejudicada, apoia o tucano Aécio Neves para presidente.
Liberou geral
O vale-tudo das eleições deste ano quebrou até mesmo uma antiga regra do Ministério da Justiça. O acesso a redes sociais, como o Twitter, nas repartições do MJ sempre foi proibido. Agora, às vésperas da disputa eleitoral, os servidores (grande parte militantes do PT) foram liberados para tuitar à vontade dos computadores do ministério.
Lei da Ficha Limpa I
Uma das dúvidas provocadas pela Lei da Ficha Limpa abarrotou o Judiciário com recursos. Trata-se do entendimento sobre o prazo de inelegibilidade. Políticos afastados dos cargos antes da norma alegam que deveriam ficar três anos afastados e não os oito previstos na lei.
Lei da Ficha Limpa II
Lewandowski sinalizou como decidirá a corte. Um candidato que cumpriu o prazo de três anos de condenação antes de 2010 pode ser candidato. Quem estava inelegível quando a lei foi aprovada terá a pena ampliada para oito anos. O plenário dará a palavra final.
Corretagem a jato
Identificada nas operações Lava-Jato e Dolce Vita, a corretora de valores Coval foi liquidada pelo Banco Central. A Polícia Federal recebeu denúncia de que seu proprietário, Carlos Augusto Vieira Fraga, estaria envolvido no rolo do jatinho que caiu com Eduardo Campos.
Lula sem prestígio
O ex-presidente Lula anda cismado com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Recentemente, Lula pediu ao ex-subordinado que resolvesse algumas questões relacionadas a rádiodifusoras paulistas. Bernardo fez ouvidos moucos, atitude impensável até pouco tempo atrás.
Pé dentro, pé fora
O anúncio do vice Michel Temer de que o PMDB será oposição em um eventual governo de Marina Silva foi o assunto de uma conversa na quarta-feira 17 entre quatro parlamentares. O grupo avaliou que, com essa orientação, o partido estará dividido nos próximos quatro anos. Como sempre. Só mudariam os personagens encastelados no poder federal.
Cara a cara
O presidente do TSE, Dias Toffoli, publicou uma portaria com regras para conversas privadas entre advogados e ministros. Antes, os encontros eram restritos aos juristas mais prestigiados. Agora, os interessados que não têm tanta influência poderão entrar em uma fila para ganhar atenção.
Insatisfação ucraniana I
A comunidade ucraniana no Brasil está insatisfeita com a posição tomada pelo Itamaraty em relação à crise em torno da anexação da Crimeia pela Rússia. Na quinta-feira 18, o presidente da Representação Central Ucraniano Brasileira (RCUB), Vitorio Sorotiuk, esteve no Palácio do Planalto com o assessor especial para Política Externa da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia. Sorotiuk transmitiu o descontentamento com a abstenção do Brasil na decisão da Organização das Nações Unidas, tomada em março deste ano, depois que a população da Crimeia aprovou o rompimento com a Ucrânia.
Insatisfação ucraniana II
No encontro com Vitório Sorotiuk, Marco Aurélio Garcia disse que o Brasil busca uma solução pacífica para o conflito. O assunto, afirmou, seria levado à presidenta Dilma Rousseff e ao ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figuiredo. Enquanto isso, Dilma analisa a possibilidade de aceitar o convite para uma visita oficial a Kiev feito pelo governo da Ucrânia.
Toma lá dá cá
Paulo Fiúza (PV-MT) – primeiro suplente do senador Pedro Taques (PDT-MT)
ISTOÉ – Pedro Taques lidera as pesquisas para o governo de Mato Grosso. O sr. é o primeiro suplente, mas não pode assumir. O que aconteceu?
Fiúza – Houve uma fraude na ata de registro de candidatura. A sequência dos suplentes foi alterada, mas existem assinaturas falsificadas no documento.
ISTOÉ – Foi um ato de má-fé da coligação que elegeu Pedro Taques?
Fiúza – Diante das provas encaminhadas ao Judiciário, não resta outra interpretação.
Mas o Pedro Taques não tem culpa.
ISTOÉ – Como o sr. se sente perdendo a oportunidade de ser um senador?
Fiúza – Muito mal. Tenho quase 70 anos, vou ser prejudicado porque o que começou como um erro processual se tornou uma fraude.
Rápidas
*Renata Campos deve aparecer ao lado de Marina Silva na terça-feira 23, no interior de Pernambuco. A viúva de Eduardo Campos também deve ajudar Paulo Câmara, candidato do PSB ao governo.
*O governo adiou o recadastramento dos beneficiados pelo Bolsa Família. Assim, evita dor de cabeça com notícias negativas sobre fraudes. Daria munição para os adversários na campanha eleitoral.
*Em vez de apresentarem comprovação de renda familiar e respeito a regras de frequência escolar até 19 de setembro, os beneficiários só farão atualização do cadastro em 12 de dezembro.
*O ex-ministro Ciro Gomes se envolveu em uma discussão na Universidade Estadual do Ceará e acertou um soco em um professor. O Sindicato dos Docentes registrou a ocorrência.
Retrato falado
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa entrou mudo e saiu calado da sessão da CPMI marcada para ouvi-lo. Mas só a presença do pivô do escândalo da estatal foi o suficiente para acirrar os ânimos entre os parlamentares do governo e da oposição. No festival de alfinetadas, o deputado Simplício Araújo (SD-MA) tirou o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS),
do sério ao insinuar que alguns dos presentes tinham ligações com o esquema.
Em ritmo de Carnaval
O secretário municipal de Desenvolvimento, Turismo e Cultura de Salvador, Guilherme Bellintani, já colocou seu bloco na rua de olho no Carnaval de 2015. A ideia é usar a festa para atrair um número recorde de turistas e aumentar o tempo de permanência deles na cidade. Este ano, ele já conseguiu a proeza de realizar o evento mais popular da Bahia com 100% de recursos privados. Com 37 anos, o secretário tem se revelado um dos principais executivos da gestão de ACM Neto. “Minha relação com o poder público sempre foi de inquietação”, afirma Bellintani.
Barril de pólvora
As Forças Armadas mapearam cerca de dez mil famílias de sem-teto em edifícios abandonados no centro de São Paulo. Para os militares, o imenso contingente pode parar a capital paulista. Essa análise ganhou força após recentes ameaças do líder do MST, João Pedro Stélide.
Fotos: Roberto Castro/AG. Istoé; Honório Moreira/OIMP/D.A Press
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo