R$ 470 será o valor do kit completo nas farmácias para diabéticos

Acaba de chegar ao mercado brasileiro a primeira promessa concretizada de mudança radical na rotina do paciente diabético: a insulina humana inalável, chamada Exubera. Será uma transformação e tanto na vida dos 11 milhões de portadores da doença no Brasil, mas, infelizmente, ainda não é o fim da dependência das injeções de insulina. Há dois tipos dessa medicação: uma de ação lenta, que é absorvida pelo organismo ao longo do dia, e a de ação rápida, aplicada, normalmente, antes das refeições. O Exubera vai substituir somente as injeções de insulina de ação imediata. O doente precisará continuar tomando a medicação basal. Entretanto, pode reduzir bastante o número de picadas diárias. O produto foi testado em 25 países.

Segundo o médico João Fittipaldi, diretor da fabricante Pfizer, “sabe-se que um dos motivos que mais retardam a adesão ao tratamento é o desconforto da injeção. A insulina inalável vai possibilitar que a pessoa comece a se tratar mais cedo e, conseqüentemente, diminua as conseqüências que o descontrole da doença acarreta”. O kit completo com inalador, insulina, etc., custará em torno de R$ 470 e será vendido em cerca de 140 farmácias especializadas para diabéticos existentes no País. As peças poderão ser repostas separadamente. O inalador pode durar um ano e o ativador deve ser trocado a cada 15 dias.

O aparelho é portátil, discreto e tem um design bonito. Não necessita de pilha, bateria nem energia. A insulina usada para formar a nuvem que o paciente administrará por via inalatória é em pó – e este é o grande pulo-do-gato tecnológico. Dessa forma, o remédio, após inalado, é absorvido primeiro no pulmão e, depois, na corrente sangüínea. Para transformar a insulina líquida em pó, foram realizadas pesquisas que envolveram engenharia molecular e genética e investido cerca de US$ 1 bilhão. Não há restrição de uso para pacientes com mais de 18 anos, independentemente de ser diabético tipo 1 ou 2 (dependente ou não do uso de insulina injetável). O novo remédio apenas não é recomendável para pacientes com menos idade porque ainda não foram feitos estudos para verificar sua eficácia em crianças e adolescentes. Mas não deve demorar.