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A menos de um mês da eleição, o Supremo Tribunal Federal dá sinais de que o julgamento dos casos que envolvem a aplicação da Lei da Ficha Limpa pode ser pautado para antes do primeiro turno. A pedido do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, as assessorias de três ministros levantam dados sobre as decisões divergentes relacionadas à lei tomadas até agora. Lewandowski pretende usar o caso do ex-governador do DF José Roberto Arruda, que ainda não chegou à Corte, para orientar juízes e tribunais.

Aumento à vista

Os ministros do STF estão confiantes no aumento dos seus salários para R$ 35,9 mil a partir de janeiro. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comprometeu-se a cuidar da aprovação da proposta. Isso ajuda na reeleição de Renan para o comando do Senado, pois os vencimentos dos parlamentares acompanham os subsídios dos ministros.

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PMDB na espreita I  

Na noite da segunda-feira 1º, a cúpula do PMDB discutiu na residência oficial de Renan Calheiros algumas estratégias para se aproximar de Marina Silva. Alguns caciques peemedebistas andam preocupados com a resistência da candidata do PSB em estreitar laços com o partido.

PMDB na espreita II  

Embora o partido faça parte da coligação que apoia a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, os diretórios de Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Sul explicitaram apoio a Marina Silva. Novas adesões vão depender do desempenho de Marina nas próximas pesquisas.

Números da campanha

Os prefixos dos telefones de Marina Silva dão pistas sobre os Estados que servem de base da campanha. No CPF da candidata estão registrados aparelhos do Acre (68), do Distrito Federal (61) e de Pernambuco (81). Ela não tem números de São Paulo, sede do seu comitê central.

Prefeita ou presidenta?

Quem viu a agenda de Luciana Genro concentrada em Porto Alegre em agosto, pode ter pensado que a candidata do PSOL usa a campanha presidencial apenas para se cacifar na disputa pela prefeitura em 2016. Mas, em setembro, ela ampliou suas caminhadas para Brasília e Goiânia.

Prazo de validade

No cabo de guerra do PT com o deputado André Vargas, a ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já extrapolou o prazo legal de 60 dias para julgar a perda de mandato do parlamentar solicitada pela legenda. O caso se arrasta desde maio, entre adiamentos solicitados pela defesa de Vargas e diligências pedidas por Luciana.

O defensor

Candidato à reeleição, o senador Gim Argello (PTB-DF) anda nos corredores do Congresso com Técio Lins e Silva, renomado criminalista carioca que o defende em um processo no STF. Os dois andam tão juntos que na terça-feira 2, o defensor subiu à tribuna do Senado para cumprimentar parlamentares.

Pauta eleitoral

O esforço concentrado feito na semana passada pelo Senado teve o objetivo de desengavetar autorizações de empréstimos em um total de R$ 1,7 bilhão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para 11 Estados. Senadores da Paraíba, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Distrito Federal, São Paulo e Amazonas mobilizaram os colegas para garantir quórum na votação. Assim que a sessão foi encerrada, os parlamentares correram para gravar vídeos a serem exibidos em emissoras das tevês locais e anunciar aos eleitores que foram responsáveis por conseguir dinheiro para seus Estados. Nada é de graça mesmo.

Negócios autorizados

A Presidência da República resolveu agradar aos proprietários de emissoras de tevê de Goiás e Tocantins, Estados governados por tucanos. Foram enviadas para o Congresso nove autorizações para empresários negociarem a transferência indireta de sociedade para grupo de cotistas.

Toma lá dá cá

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Marcos Evandro Cardoso Santi, ex-secretário-geral adjunto da Mesa Diretora do Senado e autor do livro “As CPIs e o Planalto”

ISTOÉ – As CPIs são projetadas para acabar em pizza?
SantI –
Os resultados são acanhados, mas não acho que acabam em pizza. Elas são importantes para expor as autoridades que encobrem as investigações.

ISTOÉ – Os servidores sofrem pressão durante as CPIs?
SantI –
Sim, sempre manobram para atrasar a tramitação. O Jader Barbalho foi um presidente do Senado cassado que não usou a estrutura da Casa. Mas pagou um preço alto por isso e orientou Renan Calheiros a resistir na cadeira.

ISTOÉ – Você teme alguma represália devido ao conteúdo do livro?
SantI –
Se houver, não vai ser uma censura a um funcionário, mas a um trabalho acadêmico.

Rápidas

* No domingo 31, o neto da presidenta Dilma, Gabriel, interrompeu a presidenta quando ela concedia entrevista aos jornalistas. “Vó!”, chamou o menino, desarmando a petista, no momento em que ela questionava o programa de governo de Marina Silva.

* Mesmo com a melhora nas pesquisas da semana passada, predomina no Planalto o entendimento de que não dá para a presidenta Dilma ganhar a disputa no dia 3 de outubro. Continua valendo a expectativa de que será o mais longo segundo turno de uma eleição.

* Enquanto Marina ganha força, problemas ligados à área ambiental se alastram na Amazônia. No ano passado, 525 famílias foram expulsas de suas terras pelos madeireiros e 20 pessoas foram assassinadas porque resistiram.

* Os advogados de Armando Monteiro (PDT), candidato ao governo de Pernambuco, buscam impugnar a candidatura de Paulo Câmara. A estratégia é usar o artigo 30-A da lei eleitoral para contaminar a campanha de Câmara com os problemas na compra do jatinho de Eduardo Campos.

Retrato falado

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O candidato do Partido Verde à Presidência da República, Eduardo Jorge, protocolou em Brasília pedidos de audiência com a presidenta Dilma Rousseff e com o embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann. Fiel à tradição do PV, ele quer defender a não renovação do acordo nuclear Brasil-Alemanha, assinado em 1974 pelo então presidente Ernesto Geisel. Se o Brasil não quiser renovar o acordo, deve anunciar a decisão até 18 de novembro.

Os planos de Meirelles

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Cotado para integrar um eventual governo de Marina Silva, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (foto) demonstra pouco interesse na área econômica. Ele diz preferir um super- ministério de infraestrutura, pasta que cuidaria das grandes obras. Assim, poderia aplicar no governo sua experiência em gestão. De quebra, teria uma visibilidade interessante para futuras pretensões políticas.

Risco binacional

A divulgação dos salários dos funcionários paraguaios da Usina de Itaipu deflagrou do lado brasileiro uma guerra sindical que pode terminar em apagão. As disparidades entre os vencimentos ajudam na mobilização para uma greve geral por um plano de cargos e salários.

Fotos: Kevin David/Brazil Photo Press; Ze Carlos Barretta/Folhapress
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo