Tem gringo na campanha
Há duas semanas o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, deu um pulinho nos EUA. Fazer o quê? Treinar o gestual de candidato a presidente da República. Desde que o PMDB ameaçou desembarcar da aliança em torno do presidente Fernando Henrique, por causa do governador Itamar Franco, que o ministro passou a levar mais a sério a sua candidatura. Afinal, ele conta com a simpatia do PFL, que arrisca ser o único parceiro do PSDB em 2002. Paulo Renato já tem até um auxiliar de Primeiro Mundo. Nada mais, nada menos do que Dick Morris, o marqueteiro vitorioso das últimas eleições presidenciais no México e na Argentina. Morris tem vindo ao Brasil discretamente encontrar-se com seu candidato. O homem é autor do livro O novo príncipe: Maquiavel atualizado para o século 21. Por falar em Maquiavel, fala-se no Palácio do Planalto que tem o dedo de Antônio Carlos Magalhães e seu amigo Di Gênio por trás da indicação de Morris.

Volta a guerra na Previ
Como se sabe, o comando da Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, é dividido. Três diretores são indicados pelo banco estatal e outros três são petistas, eleitos entre os funcionários. Depois de um início de relacionamento conturbado, as duas facções vinham mantendo um armistício. Pois bem, agora voltaram a brigar. Os diretores eleitos querem uma devassa nas aplicações da Previ em privatizações. Os diretores estatais enxergam uma armação do PT contra o governo por trás da história. É encrenca da grossa.

Ossos do ofício
Cerca de meia hora depois de decolar de São Paulo rumo a Brasília, na terça-feira 29 de maio, o piloto do vôo TAM JJ 3524 deu as boas-vindas aos passageiros e forneceu as informações de costume, como temperatura e previsão do horário de pouso. Em seguida, para surpresa de alguns, ele passou aproximadamente três minutos tecendo comentários irônicos sobre o apagão. Chegou a ler algumas piadas a respeito da crise de energia, sempre satirizando o governo. No desembarque, muitos passageiros puderam verificar que o presidente da ANP, David Zylbersztajn, saltou do avião com cara de poucos amigos.

Os três mosqueteiros
Há mais de 20 anos são muito próximas as carreiras de três amigos: o ministro do Apagão, Pedro Parente, o ex-presidente do FonteCindam Luiz Antônio Gonçalves e o ex-presidente do Banco Central Paulo César Ximenes, agora descoberto como um importante cotista dos fundos daquele banco privado. No governo Figueiredo, os três chefiavam departamentos do BC. Desde então, revezaram-se em cargos de segundo escalão da área econômica. Na gestão Itamar Franco, Gonçalves deixou o governo para assumir o comando do FonteCindam, abandonado em 1999. Foi quando se descobriu que sua emergente instituição financeira havia sido socorrida pelo BC no mesmo escândalo do Banco Marka.

A estratégia de Garotinho
Registrada em Padre Bernardo, cidade a 100 km de Brasília, funciona uma rádio evangélica da Rede Melodia, com frequência 98.3. Instalou poderosas antenas na divisa com o Distrito Federal, permitindo que o programa Voz do senhor governador seja captado pelos aparelhos da capital. O “governador”, no caso, é Anthony Garotinho, do Rio. E foi a custa dessas rádios evangélicas que Garotinho se posicionou nas pesquisas eleitorais para presidente da República.

Rápidas

Encrenca: diretor de um banco forte do Ceará mora no apartamento de um conhecido político – que não registrou o imóvel em seu nome, mas o quer de volta. Só que o ex-amigo não devolve.

Se Jader Barbalho anda tiririca com o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, a recíproca também é verdadeira. Fraga tem dito cobras e lagartos do presidente do Senado.

O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, jura: vai para o PFL, mas não concorre a governador. Diz querer a aliança com o PSDB para fazer de Artur da Távola o candidato.