O futuro já chegou e promete embaralhar irreversivelmente a distinção entre o mundo real e o imaginário. Pelo menos três novos longas-metragens inspirados em videogames estréiam nos EUA nos próximos meses. Com lançamento previsto para 11 de julho, Final fantasy: the spirits within (Fantasia final: em contato com os espíritos) está sendo aguardado como a estrela do mouse, capaz de deixar na pré-história as animações dos filmes de dinossauro. Os 97 minutos de fita foram gerados inteiramente em estúdios digitais. Todos os personagens, de pele viçosa, cabelo ao vento, sorrisos e rugas, são humanos virtuais, tão perfeitos quanto os de carne e osso. Gastaram-se dez meses, dos quatro anos de produção, só para dar movimento aos 60 mil fios das longas madeixas da heroína Aki Ross.

Aki vive na Terra no ano de 2065. Milhões de monstros extraterrestres invadem o planeta e a missão da musa cibernética é reunir oito espíritos do além para dar conta dos aliens. Ela será ajudada por um esquadrão militar liderado pelo corajoso capitão Gray Edward, seu par romântico. A dupla terá que lutar também contra o general Hein, que fabricou uma arma mortal para matar ETs e humanos. O filme, de Hironobu Sakaguchi – criador de nove videogames com 30 milhões de cópias vendidas no Japão –, teria custado em torno de US$ 200 milhões, quase o mesmo valor do filme Titanic. Depois de Mortal Kombat e TombRider, Hollywood tenta mais uma vez tirar proveito da popularidade dos videogames. A experiência pode servir para avaliar o mercado promissor de atores e atrizes virtuais, que não envelhecem e não têm ataques de estrelismo.