O incrível vazamento de petróleo de um duto da Petrobras, ocorrido em um condomínio de alta renda em São Paulo, na última quarta-feira 30, nos dá a impressão de estarmos desconfortavelmente sentados em uma arquibancada assistindo a uma competição entre autoridades, com o prêmio para quem produzir o ato de incompetência mais espalhafatoso, pirotécnico e de consequências cataclísmicas para o País.

Ainda no início da colheita dos amargos frutos da crise energética – aparentemente hors-concours neste campeonato, mas… nunca se sabe –, a platéia emitiu um ohhhhh!!! de espanto ao ver o estado em que foram reduzidas as casas do bairro de Barueri, em São Paulo, besuntadas pela estatal. Na foto estampada nas primeiras páginas dos jornais, não ficariam deslocados de maneira nenhuma Larry, Moe e Curly, os Três Patetas, ao lado das mesas e chaises-longues, outrora imaculadas, e da água da piscina antes azul cristalina, observando um esforçado funcionário da Petrobras limpar aquela absurda sujeira.

Tudo isso e mais os fatos recentes da renúncia de Antônio Carlos Magalhães – bem simbolizada pelo fotógrafo Ricardo Stuckert na sequência de fotos ao lado – tornam a leitura da entrevista das páginas vermelhas quase obrigatória. Mário Rosa, jornalista que passou para o outro lado do balcão, é hoje um expert em crises. Mais que bombeiro, ele é um terapeuta da imagem.

Com sua entrevista, festejamos também a volta de Nirlando Beirão, que, com aguda inteligência e raro senso de humor, passa a colaborar com ISTOÉ a partir desta edição.