Os cabelos estão acesos. A moda pede fios eletrizantes, tal e qual os usados por Zezé Polessa, a Amapola da novela Porto dos Milagres, da Rede Globo. Mas não estamos falando de qualquer tom avermelhado. O cabeleireiro francês Jean-Yves, que faz a cabeça dos atores da emissora carioca, diz que esta cor mudou muito desde que começou a colorir cabeleiras mais ousadas. Não é mais acaju ou vinho – tonalidades muito apreciadas por senhoras e senhores de meia-idade – nem ruivo. “Hoje é avelã, chocolate, marrom acobreado e laranja”, diz Jean-Yves, dono do salão que leva seu nome. Segundo ele, a onda de fogo vem da Europa: “Os tons mais fluorescentes vêm de Londres e os mais civilizados, de Paris”, completa.

O alaranjado-cheguei é mais radical, ousado, e, por isso, adequado a lolitas, como a Gisela, personagem de Thaís Fersoza em outra novela global, Estrela-guia. Mas, de modo geral, o vermelho não tem idade. Tem estilo. “É preciso segurar a onda. Saber se vestir, se maquiar. A obra tem um conjunto”, explica Jean-Yves. Para a cabeleireira Rudy, no entanto, não é só isso. Ela acha que a cor da pele é que dá o limite: “Mulher morena ou bronzeada não fica bem, principalmente se estiver na faixa dos 50 anos. As de pele branquíssima ficam lindas”, sentencia. Ela cita como exemplo outra atriz em outra novela da Globo – que coincidência! – com cabelos pintados em outro tom de vermelho: Chris Couto, a Lenya de Um anjo caiu do céu. 

Na hora de se inspirar na beleza dessas atrizes, no entanto, é preciso atenção. Em farmácias e supermercados existem vários xampus tonalizantes (os melhores são sem amônia, menos agressivos) que colorem os cabelos numa única lavada. Mas os especialistas aconselham a procura de um profissional na hora de acender as melenas. Um tom pode ficar diferente em duas pessoas com cabelos originais da mesma cor. Isso porque detalhes como cabelos brancos e mechas modificam o resultado.

O tom de fogo ardente tem agradado, mas não conseguiu a proeza de destronar o dourado no gosto das brasileiras, apesar de o inverno aparecer como pretexto recorrente para a mudança do visual louro. O fato é que tanto um quanto outro exigem dedicação. Que o diga Zezé Polessa. Ela aderiu à moda, primeiramente por motivos profissionais – ela precisava compor o personagem “turbinado” de Amapola –, mas a escolha do vermelho atendeu a um desejo pessoal. “Fiz pesquisa em revistas de moda e me apaixonei”, conta. A atriz confessa que não poupa sacrifícios para manter os fios acesos. “Eu tenho um ‘exército do amor’ para cuidar da minha cabeça. O Rubinho faz a manutenção diária, o Arnaldo pinta e hidrata uma vez por mês e o Dudu corta.” A satisfação deve ser muito grande, já que Zezé pensa em conservar o visual, mesmo depois de terminada a novela.


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