Ao longo dos últimos 55 anos nenhum deputado da Assembleia Nacional de Cuba, que se reúne apenas a cada seis meses, votou contra um projeto apresentado por Fidel Castro e, mais recentemente, por seu sucessor, o irmão Raúl Castro – assim funcionam as ditaduras, e a Assembleia dominada pelo Partido Comunista é mero instrumento para dar aparência “democrática” a tudo que os Castro ordenam. Essa obscurantista tradição foi agora quebrada, e por ninguém menos do que a própria filha de Raul: a deputada Mariela Castro. O seu voto (solitário) foi contrário ao novo Código de Trabalho do país porque ele insiste na discriminação de gays e de portadores de HIV. Como Cuba é Cuba, o fato se deu em dezembro mas somente veio à luz na semana passada.