Ruído nas comunicações

Renato Guerreiro, o presidente da Anatel, não foi indicado para o posto pelo ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga. Auxiliar do ex-ministro Sérgio Motta, chegou lá por insistência da consultora argentina Alejandra Herrera, amiga do presidente Fernando Henrique. Mas Pimenta nomeou uma pessoa de sua confiança para o cargo-chave de ouvidor da Anatel, o ex-deputado Saulo Coelho. Não deu outra, o presidente da agência passou a olhar atravessado para Saulo. Agora a situação piorou: Guerreiro está tiririca com o ouvidor, que colocou no site da Anatel seu primeiro relatório de trabalho. Nele, Saulo desanca a Central de Atendimentos do órgão, demonstrando que ela atende mal à população, com alto índice de abandono de ligações e de casos não-resolvidos. Renato Guerreiro também ficou irritado ao ver no relatório uma pesquisa do Vox Populi revelando que apenas 56% das pessoas já tinham ouvido falar da Anatel. Em tempo: o site é www.anatel.gov.br. A briga está lá para quem quiser ver.
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Projeto de poder

O PMDB já admite apoiar Ciro Gomes em 2002. Na quarta-feira 24, o presidente do PPS, Roberto Freire, tomou café da manhã com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Falaram das possíveis alianças municipais e da estratégia para as eleições presidenciais. Freire havia discutido o mesmo assunto com o presidente da Câmara, Michel Temer. “Estamos dispostos a apoiá-lo para governador de São Paulo em 2002”, diz Freire. Fechado o acordo, o PMDB indicaria o vice de Ciro. “Digamos que há uma simpatia mútua”, admite Michel Temer.
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Ordens superiores

Cancelada a licitação que a Caixa Econômica Federal faria em junho para sua conta de publicidade. No setor, o comentário é de que partiu do Planalto a ordem para prorrogar o contrato com as agências McCann e Agnelo.
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Prazo para reforma

O presidente da Câmara, Michel Temer, acredita que a reforma tributária sai desta vez. Mas, se não for votada até junho, ele desiste. Estabeleceu um prazo para o acordo com o governo em torno do novo texto: 5 de junho.
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A turma de Wall Street

Tudo bem. FHC está irritadíssimo com o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros por ele ter revelado a frase que o ministro Pedro Parente usou para explicar as medidas draconianas do Pacote 51: “Wall Street quer sangue.” Mas o presidente também não gostou de saber o quanto anda explícita a ligação de sua equipe econômica com os interesses de Wall Street. Teme que a frase entre para a história como marca de sua gestão. Anda desconfiado de que está chegando a hora de se distanciar da turma de Wall Street no governo.

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Rápidas

* Coordenador político do governo, Aloysio Nunes Ferreira pediu ao líder Arthur Virgílio para esfriar a história da CPI do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Criaria problemas para governadores e BNDES.

* O Ipea concluiu levantamento sobre o FAT no Rio. Dos trabalhadores treinados com recursos do fundo 11% foram empregados. Seus rendimentos somam mais do que foi gasto.