Depois de quase afundar sua carreira junto com a lancha que pilotou no péssimo Velocidade máxima 2, Sandra Bullock resolveu ponderar mais antes de aceitar qualquer papel. Com um tipo de beleza que poderia ser classificada de “simpática”, a atriz convence em papéis comuns como a hacker de A rede ou a escritora alcoólatra de 28 dias (28 days, Estados Unidos, 2000), cartaz nacional na sexta-feira 2. Gwen Cummings, a personagem em questão, é uma colunista nova-iorquina que vive badalando de bar em bar, de festa em festa, ao lado de Jasper (Dominic West), o namorado beberrão. Cada vez mais desregrada, Gwen atinge seu ápice ao arruinar o banquete de casamento da irmã Lily (Elisabeth Perkins), causando um acidente em seguida. Presa em flagrante, resta-lhe optar entre cumprir pena ou se internar numa clínica de reabilitação, durante os 28 dias mencionados no título.
A partir desse ponto a fita passa a abordar os estágios de recuperação de um drogado típico, a aceitação da doença, as memórias doloridas. Seria um drama pesado, não fosse a galeria de tipos exóticos com os quais Gwen convive, como o gay deslumbrado (Alan Tudyk), o atleta conquistador (Viggo Mortensen) e a garota viciada em heroína e em novelas mexicanas (Azura Skye). A diretora, Betty Thomas, simplificou bastante a transformação drástica de Gwen. No mundo real não é tão fácil se livrar do vício. Mesmo assim ela abordou o assunto de maneira clara e conseguiu realizar um bom filme.


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