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O publicitário argentino Diego Brandy acompanhou Eduardo Campos por dez anos, acumulando vitórias eleitorais para o socialista em Pernambuco. Estava confiante no crescimento do candidato com o início da propaganda eleitoral na tevê nesta semana. O acervo de Brandy tem mais de mil horas de gravação, material suficiente para manter viva a imagem de Campos durante toda a campanha, que agora será liderada por Marina Silva. O PSB avalia transformá-lo numa figura onipresente, com reprodução de vídeos e até projeção de hologramas em comícios. A família precisa aprovar a ideia.

Superávit eleitoral

Além de ajudar no resultado fiscal, o governo retém recursos extras do Fundo de Participação dos Municípios como moeda de troca eleitoral. Prefeitos que apoiam adversários do PT estão se sentindo inibidos em pedir votos para seus aliados, com medo de represálias. Esperam receber o dinheiro até o fim do mês para colocar a campanha na rua.

Pobres candidatos

Candidatos a deputados estaduais do PT num Estado do Nordeste reclamam que até agora não tiveram ajuda financeira da legenda. Dias atrás, apelaram a um deputado federal com acesso ao Planalto para conseguir-lhes uma contribuição mínima de R$ 30 mil.

Coração plagiado

Pegou mal a escolha do slogan “coração valente” para ilustrar o material de campanha da petista Dilma Rousseff. Principalmente no Nordeste, o eleitorado ainda associa o bordão à campanha da ex-senadora Heloisa Helena (PSOL) para a Presidência em 2006.

Charge

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Amizade virtual

Dilma aproveitou o lançamento do site “O Brasil da Mudança” do Instituto Lula para fazer elogios públicos a Franklin Martins, que comanda a campanha na internet. Foi aconselhada pelo ex-presidente a fazer um gesto de reaproximação para evitar que os adversários explorem as rixas internas.

Militância liberada

Liminar do ministro Tarcísio Vieira de Carvalho, do Tribunal Superior Eleitoral, criou jurisprudência para crimes eleitorais em redes sociais como o Facebook. Só será considerada ilegal a publicação ofensiva patrocinada. Ou seja, os voluntários estão liberados para “atacar”.

Transparência unitaleral

A direção paraguaia da hidrelétrica Itaipu Binacional divulgou os vencimentos e gratificações de todos os seus funcionários, discriminando os valores. Do lado brasileiro, porém, a direção da empresa ainda resiste a fazer o mesmo, apesar dos frequentes pedidos de parlamentares e jornalistas.

Bônus polêmico

Apesar de terem mais espaço no comando da Previ, os diretores eleitos pelos associados não conseguiram vetar a recente aprovação de bônus de R$ 500 mil para cada membro do conselho do fundo. A medida é tomada num período de vacas magras e da suspensão de benefícios especiais.

Miss Simpatia

O marqueteiro João Santana está confiante de que conseguirá reduzir os índices de rejeição de Dilma Rousseff com o início da propaganda eleitoral na tevê. A estratégia é desfazer a imagem de gerentona intolerante, que marcou seu primeiro mandato, e investir na simpatia, característica que a presidenta tem dificuldades de externar em entrevistas e sabatinas ao vivo. No ambiente controlado do estúdio, Santana criará a “Dilma simpatia”, numa releitura do “Lulinha paz e amor” de 2002.

Sandálias da humildade

Santana também parece dedicado a reconstruir sua própria imagem, desgastada desde a entrevista em que chamou de “anões” os adversários de Dilma. Ao jantar em tradicionais restaurantes de Brasília, pede pratos simples e vinhos baratos. Não quer ostentar nem parecer arrogante. O jeito “murrinha” valeu-lhe no passado o apelido de “Patinhas”.

Toma lá dá cá

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Senador Cristovam Buarque (PDT-DF), relator da proposta que legaliza o uso da maconha

ISTOÉ – A corrida eleitoral pode adiar a discussão da legalização da maconha?
Buarque –
Há muito preconceito contra o debate. Mas já temos convocadas outras três audiências para discutir o assunto e até o fim do ano terei meu parecer. É um desafio para minha carreira.

ISTOÉ – O sr. tem opinião formada sobre o assunto?
Buarque –
Não. Há muita divergência na comunidade científica e médica. Uns dizem que o consumo da droga é devastador, associam a quadros de esquizofrenia. Outros afirmam que ajuda a reduzir sintomas de muitas doenças.

ISTOÉ – É preciso educar mais a população contra preconceitos?
Buarque –
A educação é fundamental. As escolas estão rodeadas de traficantes e o uso de drogas afeta o desempenho escolar. Há a questão da educação familiar. Para muitos pais, se a maconha for legalizada não terão mais argumentos para impedir os filhos de consumir. É um tema complexo.

Rápidas

*O MP Eleitoral está de olho em deputados federais que saíram para a campanha e levaram junto seus secretários parlamentares, sem contudo efetivar o desligamento do funcionário. O uso eleitoral de verbas de gabinete, cota de passagem e outros recursos é ilegal.

*Dilma decidiu: no Ceará, subirá também no palanque de Eunício Oliveira (PMDB), líder nas pesquisas. A decisão foi comunicada aos irmãos Gomes. Lá Camilo Santana (PT) tem mais rejeição que intenções de voto.

*Diante da falta de mulheres candidatas, muitos políticos estão lançando suas esposas. No Piauí, Wellington Dias (PT) aposta na eleição de Rejane Dias para a Câmara dos Deputados. O rival Ciro Nogueira (PP)aposta em Iracema Portela.

* O petista Marcelo Almeida, candidato ao Senado, (PR), polemizou ao desacreditar o trabalho da CPI da Petrobras. Afirmou que não há santos no PT ou no PSDB e que os partidos carecem de dignidade. “Todo mundo roubou”, disse.

Retrato falado

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não conseguiu esconder a alegria com a eleição de Ricardo Lewandowski para a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao elogiar o novo presidente e a vice, ministra Carmem Lúcia, Janot deu uma alfinetada no ex-ministro Joaquim Barbosa, que teve a gestão marcada pelo hábito de tomar decisões sem consultar os colegas.

Amnésia

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Três ex-governadores condenados lideram as pesquisas para voltar ao cargo em seus Estados. É o caso de Neudo Campos (PP) em Roraima, Waldez Góes (PDT) no Amapá e José Roberto Arruda (PR) no Distrito Federal. Se o povo tem memória curta ou é adepto do velho bordão “rouba mas faz”, cabe à Justiça Eleitoral impedir a volta dos fichas-sujas. No DF, Arruda já perdeu na segunda instância e recorre ao TSE.

Com a vitória na mão

Em 12 Estados do País, a eleição para governador deve ser definida no primeiro turno. O PMDB deve fazer quatro governadores. PT e PSDB devem eleger de cara dois cada um, embora os tucanos levem vantagem quanto ao colégio eleitoral, justamente pela provável vitória de Geraldo Alckmin em São Paulo. PCdoB, PTB, DEM e PSD emplacam já em outubro um governador cada. Em muitos dos cenários, o candidato deve seu favoritismo à ausência de concorrentes de peso de grandes legendas.

Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira e Josie Jerônimo
Fotos: Laila Santana/Folha de Pernambuco; Joédson Alves/Istoé; Elza Fuiza/Ag. Brasil