Adepto do capitalismo predatório, o americano Samuel Newhouse – falecido em 1979 – fez fortuna comprando jornais quase falidos e os recuperando. Num dia de 1959, sua mulher, Mitzi, pediu-lhe que fizesse uma assinatura de Vogue, que desde 1892 refletia o modo de vida da endinheirada elite de Nova York. Ao seu estilo voraz, Newhouse acabou comprando a Condé Nast Publications, editora de Vogue, que, hoje, dirigida por seus herdeiros, é um dos maiores conglomerados editoriais do mundo. A história pode até ser lenda, mas certamente enriquece a trajetória de uma das mais charmosas e inovadoras publicações do mundo. A começar pelo nome Vogue, de origem obscura, numa possível mistura de francês e alemão, que significa estar na moda.
A reluzente grife editorial – hoje presente em 13 países – aportou no Brasil em maio de 1975, lançada pela Editora Três. Há mais de duas décadas editada pela Carta Editorial, a revista comemora neste mês seus 25 anos de existência, mantendo um estilo próprio e independente. Atualmente editada por Andrea Carta, tendo o escritor Ignácio de Loyola Brandão como redator-chefe, a revista procurou manter sua verve vanguardista na edição especial dos 25 anos, a de número 264, que traz na capa a über model Gisele Bündchen. Nela, entre outras novidades, há um encarte com os dez homens e as dez mulheres mais sensuais do País. Celebrizada por inúmeras edições especiais, a Vogue brasileira atravessa fronteiras em seu aniversário e acaba de lançar em Portugal uma alentada edição sobre o país de Camões.