Logo que aquele grupo animado, formado por pessoas “com mais de 30 anos”, começou a se reunir na casa da escritora Edla van Steen, a idéia era simplesmente se divertir cantando músicas dos bons tempos, mas com um mínimo de cuidado nos arranjos e no time de músicos para o acompanhamento. Além da anfitriã, participavam das cantorias a editora Cátia Alzugaray, o construtor Kurt Rhinow, o empresário Paulo Francini, a licenciada em Filosofia Celina Muylaert, a fisioterapeuta Fabiana H. Alvarez, o banqueiro Maneco Pires da Costa, o pintor Zélio Alves Pinto, a ensaísta Walnice Nogueira Galvão e o jornalista Roberto Muylaert. De brincadeira, a turma se intitulava Antes tarde – deixando no ar o “do que nunca” – e, de casa em casa de amigos, foram adquirindo confiança, peneiraram o repertório, até que uma apresentação pública se tornava inevitável. Sob a direção musical do ex-heartbreaker George Freire, os dez intérpretes, agora auto-intitulados O Grupo, assumiram as segundas e terças-feiras do San Francisco Bay, em São Paulo, para apresentar o show Sem compromisso.

O espetáculo é um desfile de melodias consagradas, no qual cada um canta três números, de acordo com o gosto, a capacidade e o sentimento. Para dar uma idéia do empenho dos participantes, basta citar as escolhas de Edla: duas músicas de Lupicínio Rodrigues, Vingança (com Mario Mascarenhas) e Nunca, e o clássico de Antônio Maria, Ninguém me ama. Além dos solos, o grupo se subdivide em duplas, trios ou quartetos como em Teresa da praia – em que Muylaert e Francini procuram emular Lúcio Alves e Dick Farney – ou na música-tema Sem compromisso, com todas as vozes soando juntas. Citando a frase de Roberto Muylaert no folheto de apresentação, o show é “uma homenagem com carinho aos nossos amigos”.