Este ano, o número de inaugurações de obras nas grandes capitais aumentou em relação aos anos eleitorais anteriores. Isto porque, pela primeira vez na história do País, atuais prefeitos podem ser candidatos à reeleição. “Eles não estão trabalhando para fazer um sucessor qualquer. Agora eles estão se empenhando por suas próprias candidaturas”, diz Ronald Kuntz, presidente do Instituto Brasmarket, que realizou pesquisa sobre os quadros sucessórios das prefeituras em sete capitais, depois de ouvir 4.962 pessoas. A principal constatação é a de que a maioria dos prefeitos eleitos em 1996 tem grandes chances de ganhar as próximas eleições. A mesma avaliação só não serve para Boa Vista, capital de Roraima, onde a oposicionista Tereza Jucá lidera a preferência dos eleitores.
Outra explicação possível para a preferência do eleitorado pelos atuais prefeitos é a falta de coesão entre os partidos de oposição. As convenções começam em junho e, até lá, poucas alianças serão feitas. A pesquisa aponta que a maioria do eleitorado das capitais tende a votar nos candidatos oposicionistas – a soma dos índices deles é sempre maior que os índices dos atuais prefeitos –, mas a divisão favorece os atuais prefeitos. Já os candidatos dos partidos que apóiam o presidente Fernando Henrique Cardoso devem enfrentar um problema extra, já que terão de explicar as ações pouco populares do governo federal.