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O Banco Mundial (BM) anunciou nesta segunda-feira que destinará US$ 200 milhões em fundos de emergência para ajudar Guiné, Libéria e Serra Leoa a conter o surto de ebola detectado na África, que provocou a morte de quase mil pessoas.

O presidente do BM, Jim Yong Kim, informou que o financiamento foi aprovado a pedido destes três países, os mais afetados pelo surto, e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Kim, médico de formação, se disse "muito preocupado com as muitas vidas que correm perigo" a menos que se detenha "esta epidemia de ebola de maneira categórica".

A OMS convocou para esta quarta-feira, 6, uma reunião de urgência para determinar se a proliferação do vírus representa uma emergência para a saúde pública mundial. Especialistas vão determinar se o vírus tem potencial para deixar a África e atingir outras regiões do mundo. Se isso for o caso, podem recomendar que viagens não sejam realizadas para os locais mais afetados.

Missionária volta aos EUA

O avião com a segunda vítima norte-americana infectada com o vírus ebola, a missionária Nancy Writebol, parte hoje (5) da Libéria com destino a Atlanta, nos Estados Unidos, onde será tratada no mesmo hospital que o médico Kent Brantly, também infectado.

O avião que transporta Writebol, de 59 anos, deverá aterrissar nesta quarta-feira (6), ao meio-dia, na Base Militar de Dobbins Air, de onde a doente será transportada para o Hospital da Universidade Emory de Atlanta, informou a imprensa norte-americana.

O avião, com uma sala de isolamento necessária para o transporte, só tem capacidade para uma pessoa, por isso teve de regressar à Libéria para transportar Writebol, depois de deixar Brantly no centro médico no sábado (2).

Bruce Johnson, o presidente de SIM USA, associação de ajuda humanitária para a qual trabalha Writebol, disse que ela está conseguindo andar.

Tom Frieden, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, informou, nessa segunda-feira (4), que Brantly, de 33 anos, apresenta sinais de melhora, o que considera "encorajador".

Brantly e Writebol desenvolveram os sintomas do ebola – febre, vômitos e diarreia – durante o trabalho na Libéria. Análises do sangue confirmaram que eles tinham a doença, no fim de julho.

O surto de ebola é o maior registrado até agora e, segundo dados da Organização Mundial da Saúde divulgados hoje, já infetou 1.603 pessoas, das quais 887 morreram na Serra Leoa, Guiné e Libéria, os três países mais afetados.