Obcecado por transformar sua gestão na presidência do Senado como um divisor de águas na história administrativa da Casa, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) adotou estilo centralizador e comanda de perto todas as decisões gerenciais. Mas, como não pode dar conta de tudo sozinho e a eleição de Alagoas tem consumido boa parte de seu tempo, Renan criou a figura de um “superministro”. No caso do Senado, o “superservidor” é Luiz Fernando Bandeira de Mello, secretário-geral da Mesa que atualmente acumula a função de diretor do Senado e também é quem dá as ordens na advocacia da Casa.

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Pé de guerra
O recém-criado Pros está vivendo uma guerra em Pernambuco. Depois de resistir a apoiar a candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao governo e ser destituído do cargo de presidente estadual, o deputado federal  José Augusto Maia foi para a Justiça tentar reaver
o cargo e reverter a aliança do partido com o grupo de Eduardo Campos.

Contraofensiva petista
Bastou o presidenciável tucano, Aécio Neves, colocar as manguinhas de fora em defesa do Programa Mais Médicos para o PT se apressar e colar o selo da sigla na autoria da proposta que traz profissionais cubanos para reforçar a Saúde brasileira. O deputado João Paulo Lima (PT-PE) protocolou na secretaria da Mesa da Câmara projeto que transforma o Mais Médicos em política de Estado. De acordo com a proposta, independentemente do presidente que governará o país em 2015, o SUS deverá manter o intercâmbio dos médicos e só acabar com o programa quando o déficit de formandos em medicina deixar de existir. 

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Ministro da produtividade
Empossado em abril, o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, tem quebrado recordes de produtividade no exercício de sua função – que é, essencialmente, conversar com parlamentares. Em três meses, Berzoini recebeu 50% dos deputados e perto de 80% do Senado. Algumas audiências duraram dez minutos, o tempo de uma fotografia para ser publicada no Facebook, mas o saldo final tem sido bom para o governo. Como ninguém é perfeito, senadores e deputados do PT dizem que os candidatos de fora do partido têm preferência na agenda. 

Preocupação difusa
O PT se apressou em publicar uma nota criticando a prisão de ativistas no Rio de Janeiro. Ao perceber a pouca repercussão das críticas, a direção do partido pediu aos seus parlamentares que discursassem sobre o assunto. Não deu outra. Durante dois dias, petistas ocuparam a tribuna da Câmara  para reafirmar a posição do PT contra as prisões arbitrárias.

Ação e reação
Luiza Erundina (PSB) comprou uma briga feia com a bancada evangélica na Câmara de Deputados. Uma das principais “advogadas” da democratização dos meios de comunicação, Erundina denunciou o contrato que permite a Igreja Universal ficar com 22 horas diárias  de programação na CNT.

Se a moda pega…
A corrida pelo governo de Mato Grosso não terá debates eleitorais nos moldes como conhecemos. Em nenhum Estado do país, a palavra “adversário” é tão bem empregada. O juiz Paulo César Alves Sodré assinou uma restrição judicial que impede o candidato José Marcondes (PHS), jornalista conhecido como “Muvuca”, de permanecer a menos de 200 metros de Pedro Taques (PT). A restrição vale, até mesmo, para ambientes públicos e auditórios de emissoras de tevê interessadas em fazer um debate com os candidatos. O senador processa o jornalista por difamação e calúnia.

Rádios eleitorais
Às vésperas das eleições, a  Câmara dos Deputados aprovou este ano a concessão de mais de 100 emissoras de radiodifusão. Grande parte tem um padrinho político ou serve para divulgar candidaturas. A aprovação das concessões serve para apaziguar os ânimos dos parlamentares e foi um compromisso do ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil, durante a crise entre a base aliada e o governo.

Toma lá dá cá
Deputado Nilmário Miranda (PT-MG).

ISTOÉ – Minas Gerais tem um papel estratégico nas eleições presidenciais deste ano?
Miranda – Ainda é cedo, só depois do início da campanha na televisão saberemos o impacto.  Os tucanos falam em quatro milhões de votos de frente na corrida presidencial. Mas, mesmo que o Aécio Neves ganhe da Dilma em Minas, não vai ser por essa margem.

ISTOÉ – O eleitor mineiro se identifica com a presidenta Dilma Rousseff, também mineira?
Miranda – Nesse momento, a vantagem é do Aécio. Ele passou os últimos 12 anos preparando terreno no Estado para sua campanha presidencial. Além disso, eles têm tentado difundir a ideia de que a Dilma é estranha a Minas Gerais e que tem título do Rio Grande do Sul. Mas temosde nos concentrar em discutir o projeto de um e o projeto do outro.

ISTOÉ – O poder do PSDB no Estado preocupa o PT?
Miranda – Na disputa estadual, há uma crise do governo tucano em Minas Gerais. Os mineiros sabem que falta contribuição específica de recursos estaduais, quase tudo foi feito com verba federal. Quando eu disputei o governo em 2002, cheguei a 31% dos votos. Agora, com o Fernando Pimentel, o que era teto virou patamar. Sempre saímos em desvantagem, agora inverteu. Podemos ter uma eleição definida em um turno, em Minas Gerais.

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Rápidas
O temor de que a grampolândia de Brasília tenha voltado a atuar com o desembaraço de antigamente está incomodando parlamentares que participam da CPMI da Petrobras. A última vez que se viu um receio semelhante foi nos episódios que antecediam a CPI do banqueiro do bicho Carlinhos Cachoeira.

A deputada Sandra Rosado (PSB-RN) anda irritada com o silêncio da Casa Civil sobre uma proposta para a criação de um museu da Presidência da República, para guardar documentos históricos e informações sobre os governantes do país depois de 1989. A ideia foi apresentada há mais de um ano.

Retrato falado
O ano de 2014 vai inaugurar a primeira aplicação da Lei do Ficha Limpa em eleições gerais. Só na largada da campanha, pelo menos 198 candidaturas foram impugnadas pelo critério do histórico de condenações dos candidatos. Mas, na opinião do juiz Marlon Reis, um dos autores do projeto que deu origem à lei, o filtro é só o primeiro passo. Para deixar as eleições mais limpas, agora o país precisa se concentrar no método de financiamento das campanhas.

“O eleitor deveria considerar a riqueza e opulência de uma campanha como um grande sinal negativo contra o candidato".

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O candidato que todo partido quer
Os tucanos do Rio de Janeiro ficaram arrasados quando o banqueiro Ronaldo Cezar Coelho trocou as fileiras do PSDB pelo PSD. Os coordenadores de finanças de sua nova sigla, no entanto, comemoram a presença de Coelho, que já abre as portas do mercado financeiro para grandes doações. Primeiro suplente de senador pelo PSD do Rio, Ronaldo Cezar Coelho tem patrimônio declarado de mais de meio bilhão de reais. A lista dos bens revela gosto pelas artes. Um quinto de seu patrimônio se compõe de obras de artistas famosos como Cândido Portinari e Alfredo Volpi.

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Placar desfavorável
Um levantamento inicial nas preferências profundas dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral, que será o juiz da eleição, demonstra uma vantagem para oposição de 4 votos contra 3. Os petistas dão de ombros e lembram que nas outras eleições a desvantagem era igual – ou até pior.