Foi na quinta-feira 17, durante as cinco horas em que vigorou entre o governo de Israel e o movimento islamita Hamas o cessar-fogo provisório para “abastecimento humanitário”, que israelenses e palestinos receberam com ceticismo a notícia de que um outro cessar-fogo, dessa vez “prolongado”, teria sido acordado para o dia seguinte. A descrença de ambos os lados é herdeira da história: sempre que nessa região se ouviu falar em trégua, ouviram-se também na sequência tiros e bombas. Somam-se a isso as declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defendendo como política de Estado a continuidade do bombardeio em Gaza: “Quem fere Israel acaba ferido”. Netanyahu foi mais longe do que falou: além de manter os ataques aéreos que já mataram em dez dias cerca de 300 palestinos, ele ordenou a invasão por terra da Faixa de Gaza com a finalidade de “destruir túneis utilizados para atentados terroristas em Israel”.