O senador Antônio Carlos Magalhães recorreu mais uma vez ao punhal que, com maestria, já havia cravado nas costas de seu então aliado, o presidente Fernando Henrique Cardoso. Agora o alvo, também atingido com a mesma eficácia, foram as costas dos bravos parlamentares do PT, o que coloca um ponto final num estranho e patético namoro. Namoro baseado em interesses, é bom que se diga, pois os petistas, acreditando em ACM, se dispuseram a perdoar os pecados e heresias do velho cacique, encantados que estavam com suas melosas juras de apoio à CPI da Corrupção. Como presenciamos, na semana que passou, o apoio não veio e a CPI está morta.

Por outro lado, também será difícil para o velho senador, agora que se aproxima a hora de sua cassação, receber algum tipo de apoio como pagamento pelos serviços prestados ao Planalto. Lá, onde a ferida nas costas ainda cicatriza, a avaliação é de que o custo seria muito alto e os benefícios praticamente inexistiriam. Essa situação deixa ACM cada vez mais perto de uma renúncia para poder garantir pelo menos uma sobrevida política.