Ciro volta ao páreo
O presidente do PDT, Leonel Brizola, passou parte da semana no Ceará em conversas com Ciro Gomes. Deixou o candidato do PPS a presidente da República com a certeza de que terá o apoio do PDT nas eleições de 2002. Brizola quer uma aliança entre Ciro e Itamar Franco. Mas, se o governador de Minas Gerais for derrotado na convenção do PMDB, o que não é improvável, a opção preferencial do PDT é mesmo Ciro Gomes. O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, está feliz da vida: “Vamos para 2002 em aliança com os trabalhistas do PDT e do PTB. Com isso, sem se violentar politicamente, Ciro terá mais de cinco minutos na TV. Tempo suficiente para qualquer campanha eleitoral.” De fato, além do PDT, o PPS também já está praticamente acertado com o PTB em vários Estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Se os planos de Freire derem certo, Ciro volta a ser um candidato fortíssimo para 2002.

Guerra de candidatos
Os desentendimentos de bastidores entre os ministros-presidenciáveis José Serra (Saúde) e Paulo Renato (Educação) estão contaminando os escalões inferiores do governo.

O Palácio do Planalto já contabiliza um grande prejuízo pelo fato de os assessores dos dois ministros não trocarem informações entre si: estão paralisando o projeto Alvorada, que previa ações de saneamento básico para os municípios mais pobres do país.

Maus conselheiros
Fernando Henrique diz-se tiririca com os erros na política energética que levaram ao racionamento de energia em época pré-eleitoral. Mas, antes de culpar a turma do setor, deve olhar a seu lado. O ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, é conselheiro da Eletrobrás e de Itaipu. Era do Ministério da Fazenda na época em que se definiram os primeiros cortes de verba para o setor. Portanto, deveria estar careca de saber o que ia acontecer agora. Mais: o primeiro-genro, David Zylberstajn, presidente da Agência Nacional de Petróleo e ex-presidente da Cesp, é há muito tempo o homem-forte do setor energético no Brasil.

“Está havendo uma elefantíase ética no Brasil”
Do deputado Ney Lopes (PFL-RN), protestando contra a onda de combate à corrupção no País

Um senador em apuro
Quem ficou feliz da vida com a demissão de Fernando Bezerra do Ministério da Integração Regional foi o ministro da Fazenda, Pedro Malan. É que Malan é muito amigo de Byron Queiroz, o presidente do Banco do Nordeste do Brasil, com quem Bezerra andava às turras.

Genocídio
O deputado Paulo Delgado (PT-MG) apresentou ao ministro da Saúde, José Serra, uma proposta interessante: quer que o Brasil entre com ação contra os EUA na Corte de Haya. Acusação: crime contra a humanidade. Motivo: o protesto norte-americano à OMC contra o Brasil, por não respeitar patentes dos remédios do coquetel da Aids. “O que querem os EUA? Que deixemos os soropositivos morrerem? Guerra comercial, nesse caso, é genocídio”, explica Delgado.

Rápidas

Malvadeza contra a oposição: ACM pegou uma escolinha, chamada Uirassu de Assis Batista, em homenagem a um guerrilheiro, e mudou o nome para “Antônio Carlos Magalhães”.

Na noite anterior à acareação no Senado, o governador da Bahia, César Borges, e o prefeito Antônio Imbassahy entraram no gabinete de Pedro Parente. Eram cerca de 22h30.

Nesta hora, o Palácio do Planalto já estava quase vazio. E sem o coordenador político, Aloysio Nunes Ferreira. Os baianos saíram por volta da meia noite, pelo subsolo do Palácio.