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Israel iniciou na noite desta quinta-feira uma operação terrestre na Faixa de Gaza, depois de dez dias de ataques que deixaram 237 mortos, anunciou o Exército em um comunicado.

"Após dez dias de ataques aéreos, marítimos e terrestres do Hamas e das recusas em acalmar a situação, o Exército lançou uma operação terrestre na Faixa de Gaza", indicou um comunicado militar.
 
Paralelamente à ação militar, Israel e o Hamas negociam um eventual cessar-fogo com a mediação do Egito. Embora um funcionário israelense tenha afirmado que um compromisso foi alcançado, o movimento islamita declarou que não há acordo sobre o fim dos ataques, embora estejam sendo feitos esforços.
 
O governo do conservador Benjamin Netanyahu já dava sinais de que queria uma ofensiva mais forte, especialmente depois que a estratégia de bombardeios, que deixou ao menos 231 mortos palestinos desde 8 de julho, não conseguiu diminuir o lançamento de foguetes diários contra o sul de Israel a partir de Gaza.
 
O movimento islamita palestino Hamas, que controla desde 2007 a Faixa de Gaza, reivindicou a maioria dos lançamentos de foguetes contra Israel e uma tentativa frustrada de infiltração em seu território através de um dos muitos túneis construídos no enclave palestino, segundo os especialistas.
 
"O Hamas, inspirado nas técnicas do Hezbollah (xiita libanês), em especial na ocultação de suas infraestruturas, tem a capacidade para resistir durante semanas", afirma o especialista militar israelense Daniel Nisman.
 
Incursão terrestre limitada 
 
O ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman (ultranacionalista), defende há dias uma operação terrestre que termine com o exército controlando toda Gaza, onde "não reste nem mesmo um terrorista palestino".
 
"Ou saem, ou os deteremos, ou os eliminamos", acrescentou.
 
A operação pode tomar a forma de ataques específicos perto da fronteira entre Israel e Gaza contra os arsenais de armas e os túneis que servem para transferi-las, segundo Nisman.
 
Este especialista, para quem Israel tem muito a perder com uma operação militar, considera que o sistema de defesa antimísseis israelense Iron Dome é eficaz para deter os ataques, mas afirma que as unidades especiais de engenharia militar são mais adequadas para destruir os túneis.
 
O sistema de defesa antimísseis interceptou vários dos mais de mil foguetes lançados contra Israel desde 8 de julho, que deixaram até agora um israelense morto.


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