000_Nic6349312.jpg

A aviação israelense retomou na tarde desta terça-feira (15) – horário local, manhã no horário de Brasília – os bombardeios contra a Faixa de Gaza, após uma trégua de seis horas, rejeitada pelo braço armado do movimento palestino Hamas, que controla o território, constatou a AFP.

Um ataque aéreo foi dirigido contra a cidade de Khan Yunes, sul do território, e outro contra o bairro de Zeitun, leste da cidade de Gaza.

"Depois dos ataques unilaterais pelo Hamas, o Exército reatou a atividade operacional na Faixa de Gaza", disse o escritório do porta-voz militar em um breve comunicado à imprensa.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia advertido que o exército ampliaria as operações na Faixa de Gaza se o Hamas rejeitasse a trégua proposta pelo Egito e prosseguir com os lançamentos de foguetes.

"Se o Hamas não aceitar a proposta egípcia, como é o caso atualmente, Israel terá toda a legitimidade internacional para ampliar suas operações militares com o objetivo de restabelecer a calma", disse Netanyahu durante um encontro com o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, em Tel Aviv.

O braço armado do Hamas, as brigadas al-Qassam, rejeitou o texto do acordo. “Nossa batalha contra os inimigos continua e irá crescer em ferocidade e intensidade”, afirmou o grupo.

Mas Moussa Abu Marzoukm, alto oficial do Hamas que foi ao Cairo, disse que o movimento ainda negociava uma decisão. Entretanto, não houve nenhum anúncio oficial do grupo sobre o cessar-fogo, e os ataques por parte dos palestinos continuaram.

Segundo a polícia, um foguete lançado a partir do território palestino e reivindicado pelo braço armado do Hamas atingiu a cidade israelense de Ashdod nesta terça-feira. Este foi o primeiro projétil a atingir uma área habitada desde que Israel aceitou a proposta de trégua.

De acordo com dados do exército israelense, pelo menos 35 projéteis foram lançados em várias séries de ataques contra o território israelense das 9h locais (3h de Brasília) até quatro horas depois.

Algumas horas antes, o gabinete de segurança israelense, presidido por Netanyahu, aceitou a proposta egípcia, depois de uma semana de bombardeios em Gaza que deixaram quase 200 mortos e 1.300 feridos, em sua maioria civis.

"Respondemos à proposta egípcia para propiciar uma oportunidade de tentar desmilitarização da Faixa de Gaza", disse Netanyahu, que destacou a necessidade de limpar o território palestino de "mísseis, foguetes e túneis de contrabando".

O secretário de Estado americano, John Kerry, também apelou ao Hamas que aceitasse a proposta egípcia de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza.

"A proposta egípcia de cessar-fogo e negociações oferece a oportunidade de acabar com a violência e restabelecer a calma", disse Kerry. "Saudamos a decisão do governo israelense de aceitar a proposta. Apelamos a todas as demais partes a aceitar a proposta", completou.

Ele também criticou a rejeição de parte do Hamas. "Não posso condenar com mais dureza as ações do Hamas, que dispara mísseis contra o esforço e a boa vontade de se conseguir o cessar-fogo para o qual trabalham o Egito e Israel juntos."

Ofensiva de Israel deixa 186 mortos

Os ataques aéreos israelenses contra a Faixa de Gaza deixaram 186 mortos e 1.287 feridos em uma semana, de acordo com o último balanço de vítimas fornecido pelos serviços de emergência, superando o registrado durante a ofensiva de novembro de 2012.

Este conflito já é mais letal do que a ofensiva de novembro de 2012, que também teve como objetivo impedir os disparos de foguetes a partir de Gaza: 177 palestinos e seis israelenses foram mortos em uma semana.