A percepção da barata

No mundo animal, a sensibilidade tem um papel determinante na luta pela vida. Quase todas as espécies usam seus próprios sentidos para extrair informações do ambiente à sua volta, principalmente da presença de potenciais predadores. O exemplo mais evidente é o do morcego, que “sabe” qual é a velocidade do som para estimar a que distância ele está de alguma coisa. Bom, para esta área de estudo da biologia sempre foi intrigante a “percepção” das baratas, que fogem ao menor indício de movimento ao seu redor. Tal mistério, porém, foi agora elucidado. Dois cientistas do Instituto de Pesquisas NEC, em New Jersey, EUA, descobriram que esse inseto “sabe”, e assim explora, como funciona a dinâmica dos fluidos, um complexo campo da Física. Elas conseguem perceber o menor movimento do ar usando a sensibilidade de pequeníssimos cabelos que saem de dois anexos presos à sua parte posterior. Esses cabelinhos (chamados cerci) medem qual é a forma do movimento do ar (fluido) à sua volta e enviam essa informação para gânglios abdominais, onde são processados por grandes interneurônios (células nervosas que fazem a ligação entre neurônios da sensibilidade e neurônios da motricidade). Assim, mesmo em um ambiente tumultuado e barulhento, este inseto consegue medir a frequência do som produzido pelo mínimo movimento do ar e definir o grau de ameaça a que está exposto. A bichinha, quem diria, é repugnante, mas é esperta. …………………………………………………………………………………


A estrada continua aberta

Foto: AP

Contrastando com a nuvem negra que paira sobre a Microsoft desde a punição da Justiça americana, seu fundador e maior acionista, Bill Gates, continua enxergando um brilhante e animador futuro à sua frente. Ao abrir um congresso mundial de tecnologia da informação, semana passada na Ásia, o “guru” da “Estrada do futuro” fez o que mais gosta: descrever as maravilhas que ele imagina nos esperam um pouco mais adiante. “Faremos mais nesses próximos dez anos do que fizemos nos últimos 25”, declarou. O PC, acredita, será uma ferramenta não apenas para a criatividade, mas, principalmente, para a comunicação. A próxima fase da Internet irá além dos browsers (programas de navegação). “Precisamos nos mover além do teclado. Usar a escrita manual e a fala”, disse. E antecipou também sua participação nesse cenário. “Estas serão as interfaces naturais do Windows nos próximos anos.”
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Brincando de Guga

Os fanáticos do tênis já podem tentar imitar no monitor de um bom PC as peripécias de Gustavo Kuerten nas quadras. Chega ao Brasil no final do mês, por R$ 49, o jogo Roland Garros 2000, único reconhecido pelo comitê organizador do famoso torneio francês. Para dar mais realismo ao game, a nova versão traz até mesmo as reformas feitas nas quadras no último ano e contou com a consultoria de tenistas profissionais para seu desenvolvimento. Além dos recursos que vêm com o jogo, o usuário pode buscar na Internet novidades em jogadores, raquetes e quadras, no site www.rolandgarros.org, a partir dos próximos meses. Quem, porém, espera encarnar o campeão Guga no PC, irá se decepcionar. Nenhum dos 16 jogadores virtuais disponíveis é sequer conhecido. E a explicação é simples: o fabricante do game seria obrigado a fazer acordos individuais, caríssimos, de direitos autorais. O preço do jogo, então, seria uma raquetada na cabeça.