Divulgado
no 5º Festival de Cinema do Recife um manifesto de apoio dos artistas afro-brasileiros ao projeto que propõe a presença obrigatória de 25% de negros em programas de tevê e de 40% em comerciais. Na segunda-feira 30.

• que o ator Ryan O’Neal, 60 anos, está com um tipo raro, porém curável, de leucemia. Ele tornou-se famoso na década de 70 ao protagonizar o filme Love story, no qual a mulher de seu personagem morre de leucemia. Nos EUA, na quinta-feira 3.

 Anunciada
a contusão do velocista Claudinei Quirino. A lesão na batata da perna ameaça sua participação no Meeting Internacional de Atletismo do Rio de Janeiro, nesse domingo 6. Na sexta-feira 4 (leia mais à pág. 70).

Operado
para a retirada de um tumor maligno no pulmão o ex-guitarrista dos Beatles, George Harrison. Segundo seus assessores, a cirurgia foi bem-sucedida e o músico se recupera bem. Divulgado na quinta-feira 3.

 

Demitido
pelo ministro da Educação, Paulo Renato Souza, o secretário de Ensino Superior, Antonio Macdowell de Figueiredo. Recentemente ISTOÉ denunciou esquema de universidades particulares que facilitam diplomas. Na sexta-feira 4. Leia mais sobre sacoleiros do ensino à pág. 46.

 Brasil perde a fada madrinha
Se não possuísse nenhum outro mérito, a dramaturga Maria Clara Machado estaria credenciada a entrar para a história do teatro brasileiro apenas por ter escrito uma peça na qual um espírito tem medo de gente. Nesse trabalho ela inverteu as crendices e propôs uma reflexão: tudo na vida depende do ponto de vista. A peça em questão chama-se Pluft, o fantasminha, é de 1955 e integrou uma série de montagens que chamaram a atenção da crítica e do público, infantil e adulto, para a autora e o teatro que ela fundara quatro anos antes – o teatro O Tablado, um caldeirão cultural de criatividade e revelação de talentos. Meio século depois, mais de 30 peças escritas e com 80 anos de idade, Maria Clara Machado sai definitivamente de cena. Ela faleceu no Rio de Janeiro na segunda-feira 30, de câncer.

Filha do escritor mineiro Aníbal Machado (entre outros contos, o antológico A morte da porta-estandarte), Maria Clara nasceu em Belo Horizonte. Nunca se casou e não teve filhos. Sua vida foi O Tablado (e por isso nele foi velada), de onde saíram atores como Marieta Severo, Lucélia Santos, Regina Casé, Marcelo Serrado, Miguel Falabella, Malu Mader, Lúcia Veríssimo, Felipe Camargo e Cláudia Abreu. A grande importância da “fada madrinha”, como seus alunos a chamavam, foi associar o teatro infantil à sensibilidade e à inteligência. Tudo isso em textos como A bruxinha que era boa, O rapto das cebolinhas ou o inigualável A menina e o vento.

Carlos Scliar, o pintor
A pintura entrou cedo na vida do gaúcho Carlos Scliar. Nascido em 1920, em Santa Maria, aos 11 anos começou a colaborar nos cadernos infantis e juvenis do Diário de Notícias e Correio do Povo. E quatro anos mais tarde realizava a sua primeira exposição. Um dos mais importantes nomes do modernismo, Scliar marcou sua obra pela liberdade e ousadia de mesclar, por exemplo, as influências de Portinari e Lasar Segall com elementos repletos de símbolos e sinais gráficos herdados de sua formação de designer – mas sempre declarou que o cubismo foi o movimento que mais o influenciou. Em 1944, em plena Segunda Guerra e já famoso, foi convocado pela FEB para lutar na Itália. Lá ficou por 11 meses e produziu 700 desenhos. Depois disso, morou em Paris, onde se filiou ao Partido Comunista. Só a partir de 1960 pôde dedicar-se exclusivamente à pintura e montou ateliês em Ouro Preto e Cabo Frio. A sua última exposição foi Carlos Scliar 80 anos, no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Morreu no sábado 28 de falência múltipla dos órgãos, aos 80 anos.