“Por que essa lista apareceu?”
O título dessa nota é uma pergunta feita pelo senador Roberto Freire (PPS-PE), durante a acareação de Regina Borges com Antônio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda na Comissão de Ética do Senado. Freire está preocupado em desmontar uma das estratégias dos advogados de ACM: juridicamente dizer que Antônio Carlos não participou da violação do painel eletrônico pelo simples fato de que ele não tinha motivos para querer saber da lista depois da cassação de Luiz Estevão. Ou seja, não havia motivação para o crime. Mas o caso é que ele tinha, sim, um interesse específico na lista. Basta lembrar que Jader Barbalho – então líder do PMDB e candidato a presidente do Senado – estava na linha de frente da defesa de Luiz Estevão, e já então às turras com o senador baiano. Aquela votação era vista por ACM como uma prévia da eleição para presidente do Senado. Conhecer os votos servia para saber quem estava sob a área de influência de Jader. “Havia motivos e mandantes para o crime. Tudo que eles agora querem fazer é parecer que não existia”, diz Freire.

A Globo na Bahia
A TV Aratu da Bahia, de propriedade do ex-governador Nilo Coelho, acaba de ter sua sede completamente reformada. Entre os políticos locais, a explicação é de que a reforma faz parte dos preparativos para a venda. Quem estaria interessada na compra seriam as Organizações Globo. Logo após a cassação de ACM, a Rede Globo romperia o contrato de retransmissão que tem com a TV Bahia, de propriedade do cacique baiano.

Domingo em Itaparica
Foi na tarde do último dia 29, na Ilha de Itaparica, onde ACM tem sua casa de praia (ou, como ele diz, a casa do genro, que é dono da OAS). Era dia de jogo do Bahia contra o Sport Club Recife. Moradores da ilha contrataram três kombis para levá-los ao estádio da Fonte Nova. Um dos veículos, de placa com inicias JNN, apareceu com o seguinte adesivo: “Orgulho de ser ACM.” A turma não gostou e ameaçou não embarcar. O pobre do motorista teve que retirar o plástico do vidro.

Na ponta da língua
O vice-presidente do Senado, Edison Lobão (PFL-MA), estudou com afinco o Regimento Interno do Senado. Quando perguntado se assumirá a presidência, no caso de afastamento do titular Jader Barbalho (PMDB-PA), ele responde de imediato: “Assumo, mas por pouco tempo. Terei que convocar eleições em cinco dias.”

Um senador em apuros
O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) perdeu cinco quilos nas últimas semanas. Ele está enfrentando fofocas em seu Estado de que teria votado contra a cassação de Luiz Estevão. Pior: o governador Tasso Jereissati está torcendo contra a cassação de ACM e Alcântara quer ser candidato a governador. Caberá a Tasso escolher o candidato. Membro do Conselho de Ética, se Alcântara tentar satisfazer Tasso, pode ganhar a vaga de candidato, mas perderá pontos no eleitorado e terá de se explicar, na campanha, sobre Luiz Estevão e o próprio ACM.

Rápidas

Essa é demais! A Prefeitura de Monte Alegre de Goiás comprou grande quantidade de remédios numa farmácia da cidade. Incluindo três caixas de Viagra com dinheiro público.

Um promotor do Pará só espera a cassação de ACM para surpreender Jader Barbalho. Quer abrir processo com base em grampos judiciais envolvendo parentes do senador.

O senador José Sarney está tiririca. É que, para atacar ACM, FHC disse que nunca distribuiu concessões de rádios e tevês. Só que Sarney era o presidente quando ACM fez isso.

A cúpula do PC do B está a todo vapor na campanha para Itamar Franco sair candidato a presidente pelo PMDB. Se isto ocorrer, o partido abandonará a aliança com o PT.