O pugilista baiano Acelino Freitas, o Popó, é capaz de aniquilar seus adversários com ganchos precisos e cruzados poderosos. A carreira meteórica registra 29 lutas, 29 vitórias, 29 nocautes – 15 deles de maneira fulminante, logo no primeiro round – e o título mundial dos superpenas da Organização Mundial de Boxe (OMB). Popó apanhou da vida, teve infância miserável e, nos últimos anos, aguentou pancadas violentas no ringue. Mas, na semana passada, beijou a lona com um delicado e bem encaixado golpe no coração, desferido pela noiva, a administradora Eliana Guimarães. Abalado com o rompimento do noivado com a bela morena, filha de André Guimarães, um dos maiores empreiteiros baianos, Popó jogou a toalha e desistiu de defender o título da OMB contra o húngaro Lazlo Ognar, na madrugada de domingo 6, em Jackson, no Mississipi. A desistência tirou do campeão a chance de ganhar uma bolsa de US$ 200 mil. Na quarta-feira 2, Popó reapareceu em Salvador, disse que havia voltado para os braços da amada e, sem Eliana, marcou o casamento para junho. O estranho é que a moça e sua família se calaram sobre o assunto. Há quem diga que o anúncio unilateral da união está longe de ser o último round dessa luta.

Popó tem quatro filhos com três mulheres e, na Bahia, tem fama de bom namorador. No ano passado, conheceu Eliana e baixou a guarda. Parecia ter encontrado a mulher de seus sonhos, tanto que mandou tatuar a imagem da moça na perna direita. Eliana passou a influenciar Popó. Há um mês, teria incentivado o pugilista a romper com o seu técnico, Luis Carlos Dórea, que o acompanha há 17 anos, com o empresário Ruy Pontes, por causa de dinheiro. Dias depois, o lutador acertou um reajuste de 25% para 50% dos prêmios e fez as pazes com os companheiros. A volta teria irritado Eliana e ocasionado o rompimento. O soco foi potente. Entristecido, Popó, entre outras coisas, parava o carro em frente ao prédio da amada, de manhã, só para vê-la sair para o trabalho.

No domingo 29, o lutador disse a Dórea que não tinha “condições psicológicas” para lutar e refugiou-se em sua casa de praia, na Ilha de Itaparica. Em vez de embarcar para os Estados Unidos na segunda-feira 30, preferiu ir atrás de Eliana, que estava no Rio de Janeiro com o pai. Passou o 1º de Maio com a noiva, jogando futevôlei com os atores Eri Johnson e Marcio Garcia na praia da Barra da Tijuca.

Na volta a Salvador, na quarta-feira 2, o campeão parecia confuso. Primeiro, anunciou o casamento. Depois, disse que “essas coisas dependem muito dela”. Uma amiga da família ouvida por ISTOÉ acredita que Eliana não estaria com toda essa pressa para se casar. “Eles marcaram o casamento para fevereiro e desistiram. Acho que Eliana gosta dele, mas está questionando pontos do relacionamento. Isso o deixa maluco”, analisa a amiga. Ao contrário do casamento, o certo é que o boxeador poderá ser punido por tempo indefinido pela Associação Americana das Comissões de Boxe. Isso significa que ele corre o risco de ficar um bom tempo sem lutar nos Estados Unidos. Se ocorrer a suspensão, a luta pela unificação dos títulos contra o campeão da Associação Mundial de Boxe (AMB), o cubano Joel Sotomayor, marcada para 14 de julho, poderá não ser realizada em Las Vegas, a meca do boxe mundial.