Todo marketing de Diga que não é verdade (Say it isn’t so, Estados Unidos, 2001) – em cartaz nacional – é calcado na presença dos irmãos Peter e Bobby Farrelly, diretores do sucesso Quem vai ficar com Mary?, de 1998. Só que a dupla participa apenas da produção. Para a direção de tamanho abacaxi preferiu convocar um discípulo, o estreante J.B. Rogers. Mesmo sendo adolescente e adorando comédias de humor negro, o espectador talvez não queira engolir este filme que tenta, sem êxito, repetir a fórmula consagrada e divertidíssima de Quem vai ficar com Mary? É um trabalho com todos os tiques de piada gasta, gratuita. Sem falar no grandíssimo mau gosto de cenas como a que o protagonista Gilbert Noble (Chris Klein) mantém sua mão presa nas entranhas de uma vaca.

Há ainda dezenas de brincadeiras idiotas com deficientes físicos e mentais e todo tipo de deboche politicamente incorreto, que há muito demonstra sinais de cansaço. Fica difícil entender como Sally Field topou atuar no papel da mãe tresloucada da cabeleireira Josephine Wingfield (Heather Graham), objeto de afeto de Gilbert e pivô da perversa história de amor, o fio condutor de Diga que não é verdade, uma fita que de tantas gracinhas leva o riso ao tédio.