Até o encerramento do expediente de quarta-feira, 25, Joaquim Barbosa ainda não havia entregado ao Ministério da Justiça seu pedido de aposentadoria como ministro do Supremo Tribunal Federal. Embora já estejam em circulação listas anônimas com nomes de candidatos à vaga que será aberta no STF, nenhum movimento de caráter oficial – nem mesmo uma conversa exploratória – pode ser iniciado antes da formalização da saída. Conhecedor do gosto do ministro por futebol, o governo acredita que a documentação será entregue no início desta semana. Mas quem  conhece o gosto de Joaquim Barbosa por criar momentos de suspense admite que é bom não confiar demais nessas previsões.

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Na bancada da bala
A chamada “bancada da bala” do Congresso fez consulta à Receita Federal para saber quanto custaria ao governo arcar com as despesas da renovação do porte de arma de policiais aposentados. Os parlamentares da frente de segurança pública fazem pressão a favor de uma parcela da categoria policial que trabalha na iniciativa privada fazendo segurança.

A força em torno de Haddad
A velha guarda do PT considera que a Prefeitura de São Paulo é administrada por um círculo de seis auxiliares que contam com a confiança absoluta de Fernando Haddad. Sem maiores compromissos com o próprio partido, eles protegem Haddad contra interferências petistas.

Na linha da igualdade
O ministro Luiz Roberto Barroso pretende abandonar o controle direto sobre a execução das penas dos condenados da AP 470, transferindo para a juíza Leyla Khoury, titular da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, atribuições que Joaquim Barbosa mantinha perto de si. Barroso vai deixar que Leyla Khoury tenha a palavra final sobre o direito dos presos a dar entrevistas e depoimentos – o que era proibido até aqui. A lei manda que toda entrevista seja autorizada – ou não – pelo juiz. Barroso não pretende interferir na autoridade da magistrada, mas avisa: “Quem vai resolver é a titular da VEP. Mas a regra que for aplicada a um prisioneiro deverá ser aplicada aos demais.” A necessidade de impor um regime de igualdade quase absoluta entre prisioneiros foi argumento de Barroso para negar pedido de prisão domiciliar a Genoíno.

Fim do monopólio
Aprovado em abril de 2013, o Estatuto da Juventude pode sofrer emendas ainda este ano. A motivação para mudanças no texto é política. Partidos da base do governo consideram que o PCdoB foi o grande favorecido do Estatuto, ao limitar à União Nacional dos Estudantes a emissão da carteira que concede pagamento de meia-entrada em eventos culturais. Parlamentares abraçaram projeto do deputado Ademir Camilo (PROS-MG) que amplia o número de entidades emissoras da carteirinha. A proposta tem adesão de muitos partidos; só o PCdoB se empenha para barrar o projeto.

Dissidência brizolista
O ingresso de Cesar Maia na aliança com Pezão está ameaçado por parte da fatia do PDT carioca, que venera a memória de Leonel Brizola. Na lista de diversos inimigos que Brizola acumulou na vida pública – onde também deixou uma legião de admiradores –, Maia ocupou um lugar destacado. Inconformados, os brizolistas ameaçam abandonar a chapa formalmente, privando o candidato do PMDB daquele minuto e alguns segundos de tempo de tevê a que teria direito. 

O autor da Copa das Copas
Toda vez que se pronuncia a frase “Copa das Copas”, o publicitário Nizan Guanaes ganha um ponto em Brasília. A expressão é de sua lavra e foi adotada por Dilma Rousseff e Aldo Rebelo num tempo em que a Copa era vista como um estorvo.  Historicamente tucano, Nizan aproximou-se do governo depois que adquiriu a CDN, titular da publicidade externa do governo brasileiro.

Apressado
O PSDB de Goiás ganhou um puxão de orelha por usar o horário de divulgação do programa do partido para enaltecer o governador Marconi Perillo, candidato à reeleição. Em vez de falar do PSDB, o horário tucano veiculou imagens de viadutos e rodovias feitas no governo Perillo.

Toma lá dá cá
Deputado Fábio Trad (PMDB-MS).
ISTOÉ – O PMDB do Mato Grosso do Sul vai seguir a aliança nacional com o PT?
Trad – Não. Aqui estamos fechados com o PSB e apoiaremos a candidatura de Eduardo Campos.

ISTOÉ – O sr. prevê constrangimentos com Michel Temer, quando ele visitar o estado como vice de Dilma Rousseff?
Trad – O Michel vai pedir votos para o PMDB, mesmo se o PMDB não pedir voto para ele. Esse é o acordo que foi feito. Por mais que o Michel Temer seja grande, o PMDB vai ser maior.

ISTOÉ – Dilma não terá palanque do PMDB no estado?
Trad – O governador André Puccinelli é “dilmista”, vai fazer um palanque à parte. Isso é a demonstração mais eloquente  da política partidária do país.

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Rápidas
A equipe econômica não está em festa, mas comemorou, muito discretamente, a queda dos índices do IPC-Fipe que foi divulgada na semana passada. Os números mostram um índice vizinho de zero nos preços do atacado, queda mais forte do que era esperado.

Em função do fim de semana e dos feriados, a previsão é que na quarta-feira 2, José Dirceu tenha direito a deixar a Papuda pe­­la primeira vez, desde 15 de novembro, para assumir seu posto de trabalho no escritório do advogado José Grossi.

No Ministério da Saúde, a chegada de Arthur Chioro, provocou uma disputa interna entre os técnicos da pasta. A leitura é clara: diante de possíveis desacertos da equipe, vai sobrar para o ministro.

A saída de Joaquim Barbosa do comando do Conselho Nacional de Justiça enterra a ameaça da proibição dos filhos de ministros que são advogados de atuarem nos tribunais onde os pais componham o pleno. A assessoria do ministro chegou a fazer um levantamento com 32 nomes que seriam o alvo da resolução proibitiva.

Retrato falado
Enquanto José Sarney anuncia que não participará da campanha para o Senado, seus aliados explicam que a presença do ex-presidente no Legislativo é só um adereço. Para eles, é pela atuação nos bastidores que Sarney faz a diferença. Max Barros (PMDB-MA), deputado estadual e ex-secretário de  Infraestrutura do governo Roseana Sarney,  afirma que longe da corrida eleitoral o senador vai fazer de tudo para eleger Lobão Filho (PMDB-MA) governador do Maranhão – e que essa é sua real prioridade.

“Ele terá mais tempo para fazer campanha no Maranhão, se não concorrer no Amapá. Há muito tempo ele não entra nessa refrega eleitoral. O problema é que o Senado não mais terá Sarneys”.

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Lei da física no Ceará
Adversários dos irmãos Gomes acreditam que a lei que impede dois corpos de ocupar o mesmo lugar no espaço vai cobrar seus direitos na campanha eleitoral do Ceará. Ciro Gomes montou uma aliança com 23 partidos, mas ninguém acha que será possível agradar a todos durante todo o tempo.

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De olho no voto imigrante
De acordo com levantamento da Prefeitura de São Paulo, cerca de 300 mil bolivianos vivem na cidade e, de olho em eleitores potenciais, o governo do país vizinho decidiu montar postos de cadastramento eleitoral para coletar seus votos. O Ministério da Justiça vai ajudar, fazendo uma campanha para orientar os imigrantes sobre o direito de votar no Brasil.