Se para a maioria dos brasileiros a Copa não vai acabar até 13 de julho, quatro das 12 cidades-sede disseram adeus ao Mundial com o fim da fase de grupos. Os moradores de Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Manaus (AM) e Natal (RN) irão acompanhar o desfecho do evento, mas a partir das oitavas-de-final eles sentirão o clima da competição como os habitantes dos 5.549 municípios do País que não foram escolhidos como locais de jogos. A sensação é de ressaca. “A Copa já está deixando saudades. O povo abraçou a festa de forma surpreendente”, afirma Marcus Fabricio, secretário de Turismo de Cuiabá.

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FESTA
Inglaterra 1 x Itália 2, no sábado 14, na Arena Amazônia.
No detalhe, torcedores celebram nas ruas de Manaus

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Nessa capital, porém, há o risco de a Arena Pantanal ter sua capacidade diminuída pela metade. A decisão caberá à iniciativa privada, a quem o governo quer passar a operação do estádio. Os indicadores locais, no entanto, refletem a empolgação da população com o evento. O comércio registrou aumento de 40% nas vendas e o setor hoteleiro teve lotação máxima, de acordo com Fabricio. Colaboraram para isso os 172 mil turistas (28 mil deles estrangeiros), que despejaram R$ 311 milhões na economia, segundo estimativa do Ministério do Turismo. O valor é idêntico ao projetado para Natal.

Curitiba, que enfrentou problemas com os atrasos na Arena da Baixada, superou as dificuldades durante o torneio, segundo o secretário Reginaldo Cordeiro. Os terrenos próximos ao estádio serão usados para inspeção veicular e construção de um posto de saúde. Manaus, cidade que recebeu o maior número de visitantes e movimentou mais dinheiro entre as quatro, busca tentar manter a exibição atual. “É uma oportunidade de nos consolidarmos como um destino turístico com condições de receber grandes eventos”, afirma o secretário do Turismo Bernardo Monteiro de Paula.

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Fotos: Stuart Franklin/FIFA/360/FIFA via Getty Images; Oli Scarff/Getty Images)