Em autoironia, ministros e auxiliares do Planalto costumam se referir à política de comunicação seguida durante boa parte do mandato de Dilma Rousseff como o programa “Brasil Sem Notícia”, que escondia novidades que poderiam melhorar a popularidade do governo. A Diap, entidade que presta assessoria parlamentar aos sindicatos, fechou em abril um levantamento de grande utilidade na matéria. Descobriu que, embora Dilma tenha uma relação azeda com os sindicatos brasileiros, durante o seu governo foram aprovados 14 projetos de interesse dos trabalhadores. É um número recorde para quatro anos de governo. No governo de Lula, que não perdia uma chance de receber sindicalistas no Palácio, foram aprovados 11 projetos em oito anos.

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Saco de bondades
A legislatura está acabando, mas o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PDMB-RN), não para de conceder mimos a seus colegas parlamentares. Este mês, os deputados ganharão carteira parlamentar e porta-documentos para guardar a identidade de deputado. Além disso, a Casa gastará R$ 210 mil para comprar smartphones de última geração para distribuir aos parlamentares.

Bolsa Família do PRB
O PRB transformou o seguro defeso, benefício distribuído aos pescadores para preservar o equilíbrio das espécies em período reprodutivo, no “Bolsa Família” da legenda. Este ano, para agradar aos sindicatos de pesca, o ministério liberará uma parcela extra do benefício que chega a 600 mil pessoas. O custo total do programa é de R$ 1,2 bilhão.

Lupa nas multas
Usuários de celulares terão de esperar um pouco para ter acesso a um levantamento precioso. Técnicos da Câmara dos Deputados começam a desvendar dados de um DVD que detalha milhares de multas aplicadas pelo Ministério das Comunicações contra empresas de telefonia. O plano é saber quem foi punido e quem conseguiu ser perdoado. Só uma operadora já recebeu multa de R$ 281 milhões. Resta saber se pagou.

Campos opostos
Diz-se que o futebol une, mas às vezes em lados opostos. Se o presidente boliviano reservou lugar na tribuna de honra do Itaquerão, o adversário Branko Marinkovic, líder empresarial de Santa Cruz, que pediu asilo político no Brasil, comprou ingresso na arquibancada.

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Munição em Itaipu?
O PSDB resolveu procurar – por vias oficiais – munição de campanha contra Gleisi Hoffmann (PT-PR) na Usina de Itaipu. Os requerimentos foram enviados ao gabinete do ministro Edison Lobão. Antes de ser eleita senadora, Gleisi foi diretora financeira da usina. 

Vitória e frustração
Dono de votos que ajudaram a decidir a aliança do PMDB com Dilma, o senador Roberto Requião deixou a convenção do partido com uma frustração. É que, entre mais de 700 presentes, foi o único a apresentar um programa de governo para o partido – mas ninguém quis discutir. “Se houvesse debate, pelo menos ficaria parecendo que o pessoal não está só pensando nos empregos.”

Toma lá dá cá
Deputado Fernando Mineiro (PT-RN), líder do PT na AssemblEia Legislativa do Rio Grande do Norte.

ISTOÉ – Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) reclamou na convenção nacional do partido que o PT não quer apoiar sua candidatura ao governo…
Fernando – Ele se alia ao DEM, ao PSDB e ao PSB e quer que nós o apoiemos? Durante todo o ano de 2013 a direção do PMDB nacional informava que a aliança seria com o PT, indicando o Senado. Ele lançou candidata ao Senado, escanteando o PT.

ISTOÉ – Então, o PT será adversário do PMDB no Rio Grande do Norte?
Fernando – Ele pensou que ganharia por WO, mas vai ter disputa. Ele tem rejeição grande.

ISTOÉ – A composição, mesmo sem a governadora Rosalba Ciarlini, pode fracassar?
Fernando – Pode. O discurso é de salvador da pátria, para tirar o Estado da crise, mas é uma crise que eles criaram.

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Rápidas
A direção do PMDB convenceu a bancada da CPI da Petrobras a livrar o governador de Sergipe, Jackson Barreto, de prestar depoimento sobre sua relação com o ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.

Quatro nomes estão numa pesquisa eleitoral que pode ajudar na escolha do vice de Aécio Neves. São eles o ex-senador Tasso Jereissati, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o ex-ministro da Saúde José Serra e o senador Aloysio Nunes Ferreira.

Na terça-feira 10, enquanto Dilma Rousseff garantia que não faltará energia no país, acabou a luz em algumas regiões de Taguatinga, região administrativa de Brasília.

Agentes da Polícia Federal que participaram da greve de 2012 terão seus processos extintos. A decisão foi do ministro Herman Benjamin, do STJ.

Retrato falado
Flertando com o tucano Aécio Neves, a bancada do Rio de Janeiro se viu em uma situação difícil para explicar como se dará o apoio à presidenta Dilma Rousseff na eleição deste ano. Os peemedebistas fluminenses tentaram vários discursos para mostrar que o palanque principal é do PT, mas coube ao governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, resumir a relação entre os petistas e o PMDB.

“Podemos ter nossas divergências, mas quando toca o apito estamos lá para ajudar”.

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Vida difícil
Procurando votos para Alexandre Padilha na periferia de São Paulo, um calejado deputado federal do PT encontrou eleitores impacientes com a gestão de Fernando Haddad. “A lista de reclamações ficou tão grande que não dá para falar de política.”

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Vai e volta
O ministro da Agricultura, Neri Geller, está sendo pressionado a revogar uma portaria do Executivo autorizando a importação
de leite em pó pelas indústrias de laticínios. Produtores, especialmente da região Nordeste, dizem que, se a decisão for mantida, dezenas de produtores poderão falir.