14/06/2014 - 0:30
Em autoironia, ministros e auxiliares do Planalto costumam se referir à política de comunicação seguida durante boa parte do mandato de Dilma Rousseff como o programa “Brasil Sem Notícia”, que escondia novidades que poderiam melhorar a popularidade do governo. A Diap, entidade que presta assessoria parlamentar aos sindicatos, fechou em abril um levantamento de grande utilidade na matéria. Descobriu que, embora Dilma tenha uma relação azeda com os sindicatos brasileiros, durante o seu governo foram aprovados 14 projetos de interesse dos trabalhadores. É um número recorde para quatro anos de governo. No governo de Lula, que não perdia uma chance de receber sindicalistas no Palácio, foram aprovados 11 projetos em oito anos.
Saco de bondades
A legislatura está acabando, mas o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PDMB-RN), não para de conceder mimos a seus colegas parlamentares. Este mês, os deputados ganharão carteira parlamentar e porta-documentos para guardar a identidade de deputado. Além disso, a Casa gastará R$ 210 mil para comprar smartphones de última geração para distribuir aos parlamentares.
Bolsa Família do PRB
O PRB transformou o seguro defeso, benefício distribuído aos pescadores para preservar o equilíbrio das espécies em período reprodutivo, no “Bolsa Família” da legenda. Este ano, para agradar aos sindicatos de pesca, o ministério liberará uma parcela extra do benefício que chega a 600 mil pessoas. O custo total do programa é de R$ 1,2 bilhão.
Lupa nas multas
Usuários de celulares terão de esperar um pouco para ter acesso a um levantamento precioso. Técnicos da Câmara dos Deputados começam a desvendar dados de um DVD que detalha milhares de multas aplicadas pelo Ministério das Comunicações contra empresas de telefonia. O plano é saber quem foi punido e quem conseguiu ser perdoado. Só uma operadora já recebeu multa de R$ 281 milhões. Resta saber se pagou.
Campos opostos
Diz-se que o futebol une, mas às vezes em lados opostos. Se o presidente boliviano reservou lugar na tribuna de honra do Itaquerão, o adversário Branko Marinkovic, líder empresarial de Santa Cruz, que pediu asilo político no Brasil, comprou ingresso na arquibancada.
Munição em Itaipu?
O PSDB resolveu procurar – por vias oficiais – munição de campanha contra Gleisi Hoffmann (PT-PR) na Usina de Itaipu. Os requerimentos foram enviados ao gabinete do ministro Edison Lobão. Antes de ser eleita senadora, Gleisi foi diretora financeira da usina.
Vitória e frustração
Dono de votos que ajudaram a decidir a aliança do PMDB com Dilma, o senador Roberto Requião deixou a convenção do partido com uma frustração. É que, entre mais de 700 presentes, foi o único a apresentar um programa de governo para o partido – mas ninguém quis discutir. “Se houvesse debate, pelo menos ficaria parecendo que o pessoal não está só pensando nos empregos.”
Toma lá dá cá
Deputado Fernando Mineiro (PT-RN), líder do PT na AssemblEia Legislativa do Rio Grande do Norte.
ISTOÉ – Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) reclamou na convenção nacional do partido que o PT não quer apoiar sua candidatura ao governo…
Fernando – Ele se alia ao DEM, ao PSDB e ao PSB e quer que nós o apoiemos? Durante todo o ano de 2013 a direção do PMDB nacional informava que a aliança seria com o PT, indicando o Senado. Ele lançou candidata ao Senado, escanteando o PT.
ISTOÉ – Então, o PT será adversário do PMDB no Rio Grande do Norte?
Fernando – Ele pensou que ganharia por WO, mas vai ter disputa. Ele tem rejeição grande.
ISTOÉ – A composição, mesmo sem a governadora Rosalba Ciarlini, pode fracassar?
Fernando – Pode. O discurso é de salvador da pátria, para tirar o Estado da crise, mas é uma crise que eles criaram.
Rápidas
A direção do PMDB convenceu a bancada da CPI da Petrobras a livrar o governador de Sergipe, Jackson Barreto, de prestar depoimento sobre sua relação com o ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
Quatro nomes estão numa pesquisa eleitoral que pode ajudar na escolha do vice de Aécio Neves. São eles o ex-senador Tasso Jereissati, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, o ex-ministro da Saúde José Serra e o senador Aloysio Nunes Ferreira.
Na terça-feira 10, enquanto Dilma Rousseff garantia que não faltará energia no país, acabou a luz em algumas regiões de Taguatinga, região administrativa de Brasília.
Agentes da Polícia Federal que participaram da greve de 2012 terão seus processos extintos. A decisão foi do ministro Herman Benjamin, do STJ.
Retrato falado
Flertando com o tucano Aécio Neves, a bancada do Rio de Janeiro se viu em uma situação difícil para explicar como se dará o apoio à presidenta Dilma Rousseff na eleição deste ano. Os peemedebistas fluminenses tentaram vários discursos para mostrar que o palanque principal é do PT, mas coube ao governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, resumir a relação entre os petistas e o PMDB.
“Podemos ter nossas divergências, mas quando toca o apito estamos lá para ajudar”.
Vida difícil
Procurando votos para Alexandre Padilha na periferia de São Paulo, um calejado deputado federal do PT encontrou eleitores impacientes com a gestão de Fernando Haddad. “A lista de reclamações ficou tão grande que não dá para falar de política.”
Vai e volta
O ministro da Agricultura, Neri Geller, está sendo pressionado a revogar uma portaria do Executivo autorizando a importação
de leite em pó pelas indústrias de laticínios. Produtores, especialmente da região Nordeste, dizem que, se a decisão for mantida, dezenas de produtores poderão falir.