Começou! A Copa já está rolando nos gramados brasileiros e com ela os dividendos diretos do maior evento da terra ficam evidentes. O maior deles: a exposição em escala transcontinental para bilhões de espectadores que estão com os olhos voltados para o Brasil pelos próximos 30 dias. O custo desta “publicidade” espontânea, caso fosse necessário pagá-la, é incalculável. Temos que saudar o fato de o País, ao anfitrionar o evento, receber de maneira natural essa avalanche de atenção, sem precedentes históricos tanto pelo tamanho da audiência como pelo estágio de avanço e disseminação da comunicação global. Se há um legado da Copa, mais do que as obras físicas que saíram do papel – e mesmo aquelas que ainda estão por concluir –, ele será reflexo pelos próximos anos, ou décadas, da cobertura intensiva que já vem ocorrendo não apenas sobre os jogos como também sobre as atrações, os costumes e as riquezas do País. O Brasil, que ainda apresenta um déficit inexplicável na área de turismo, com meros seis milhões de visitantes/ano (menos que a península mexicana de Cancún), conquistou com a Copa um enorme trunfo especialmente no setor, um verdadeiro campeonato de prestígio entre as nações, e não deve desprezá-lo, porque na esteira dessa projeção uma indústria de oportunidades será ativada ou incrementada. Também consequência do evento, é de se esperar a chegada de mais investidores externos que ainda não descobriram o mercado nacional e suas potencialidades. Claro que as deficiências sociais e econômicas ainda estão por todos os lados. Inevitável que na organização da festa ocorressem desvios e desperdícios de toda ordem (uma conta já realizada). Mas não há como discutir que os dividendos superam, em muito, as falhas. É hora de os brasileiros se unirem, sublimarem as carências históricas e torcerem juntos não apenas pelas vitórias do escrete canarinho como também pela boa projeção nacional. O importante neste momento em que ocorre o espetáculo é o tipo de imagem que o País conseguirá transmitir para fora. E conta, fundamentalmente, para o sucesso da empreitada a percepção coletiva de que a missão de “vender” bem as virtudes daqui cabe a cada um de nós. Não há como dissociar o futuro da Nação do que ocorrerá agora com a Copa. Não é produtivo no momento torcer contra. O marketing da Nação promissora, que batalha por melhorias e segue unida, mesmo diante de tantas dificuldades, deve prevalecer. Não foi a Copa que nos trouxe os problemas e poderão surgir dela potenciais saídas.