Os interessados nos prazeres gerados por um bom vinho poderão sentir, nos próximos dias, os efeitos de uma elegante invasão francesa. Uma jornada de degustação realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro pela importadora Expand marcou o desembarque de excelentes vinhos produzidos nas regiões de Bordeaux, Borgonha, Rhône, Loire, Champagne e Sul da França. Uma deliciosa invasão, liderada pessoalmente por 25 dos mais festejados produtores daquele país. Há opções para satisfazer consumidores preocupados com a relação custo/benefício, como os alegres Beaujolais retirados das parreiras de Sylvain Fessy e oferecidos ao preço médio de R$ 30. E também para deixar admiradores mais experientes no assunto deslumbrados como uma criança solta na Disneylândia, a exemplo dos Bordeaux tintos do Château Lynch-Bages ou dos mitológicos champanhes Taittinger. Essas maravilhas estão à disposição de quem estiver disposto a pagar pelo menos R$ 83 por uma garrafa – exemplares vindos das safras mais festejadas batem nos R$ 560. Mas a tentação, muitas vezes, vale o desembolso. “Vocês produzem bons espumantes e gostam muito deste tipo de vinho”, disse a ISTOÉ Pierre Emmanuel Taittinger, dono da casa que leva o seu sobrenome, fundada em 1734. “Acho que uma parcela do mercado brasileiro receberá nossos champanhes de braços abertos”, aposta ele. O otimismo é, em parte, justificado. Marca registrada das festas da Presidência da República na França, os refinados champanhes do senhor Taittinger são famosos pelo equilíbrio e pela suavidade do sabor frutado. Por aqui, uma garrafa mais barata (Brut Réserve) custa R$ 83. A mais cara, Comtes de Champagne Brut Millésime Rosé 95, sai por R$ 242.

Os destaques entre os tintos são os excelentes Château Lynch-Bages Grand Cru Classé Pauillac e Les Ormes de Pez Saint-Estèphe, do produtor Jean-Michel Cazes, de Bordeaux. Localizada entre dois mitos da região, as casas Mouton Rothschild e Latour, Cazes mantém qualidade e regularidade com vinhos capazes de envelhecer por muitos anos sem perder a estrutura. Os Grand Cru Classé (de R$ 161 a R$ 560 a garrafa) são harmônicos e estão prontos para acompanhar com nobreza pratos com carne vermelha e molhos marcantes. Um vinho realmente especial. Os Saint-Estèphe, embora menos complexos, apresentam características semelhantes e média custo/benefício animadora em relação ao “irmão”: seus preços no Brasil estão numa faixa que vai de R$ 87 a R$ 192. Tudo depende da safra. Outro Bordeaux tinto de primeira linha e estatura comparável ao Lynch-Bages é o Chatêau Pichon-Lalande. O preço também não deixa de fazer justiça à qualidade. Cada garrafa custa entre R$ 242 e R$ 618.

O arsenal desembarcado pelos produtores a partir da Vinexpand agrada ainda os que não possuem condição ou coragem de ferir o bolso em busca da realização de um desejo. Na carta, um dos maiores exemplos de que a felicidade, às vezes, pode chegar por atalhos mais baratos são os vinhos do produtor Sylvain Fessy, de Beaujolais. São tintos leves, para serem tomados frios, a uma temperatura em torno de 12 graus. O mais badalado deles é o Beaujolais Nouveau. Fessy produz um bom Nouveau, mas vem conquistando admiradores em todo o mundo com dois outros tintos, o Fleurie e o Brouilly. O primeiro reproduz, de início, as sensações levemente “minerais” retiradas do solo. Depois, libera aromas florais e toques de especiarias e frutas silvestres. É extremamente aromático, persistente e exibe boa combinação de acidez e tanino. É ótima companhia para carnes vermelhas com temperos leves e aves. Fica ótimo se for servido a uma temperatura entre 13 e 15 graus. O Brouilly também é frutado e floral. Acompanha muito bem carnes vermelhas, queijos, massas com molhos médios e até mesmo algumas acompanhadas de sabores um pouco mais marcantes, como o vôngole, por exemplo. O último dado da ficha também traz satisfação: eles custam entre R$ 22 e R$ 34. “Chegamos com bons vinhos e preços competitivos. Estou animado”, confessa o produtor Sylvain Fessy. No abismo que separa a duas faixas de preço, o consumidor encontrará, entre outros, brancos como o Châteauneuf-du-Pape Château de Beaucastel (R$ 110, em média). “Os apreciadores brasileiros de vinho jamais tiveram tantas opções de vinhos franceses com qualidade”, avalia o sommelier Gianni Tartari. Se o bolso permitir, o consumidor terá tudo para preparar as papilas gustativas e o coração.

Château de Beaucastel – Châteauneuf du Pape – safra 1994
Puligny-Montrach et 1er Cru – Les Folatières – safra 1994
Chablis Grand Cru Les Blanchots – Domaine Long Depaquit – safra 1996
Champagne Taittinger Brut
Mazy Chamberlin – Domaine Armand Rosseau Père – safra 1994
Este vinho branco, produzido há mais de três séculos na região do Rhône, é companhia ideal para pratos à base de carne branca com temperos e molhos bem marcantes. Branco de classe, bastante aromático, produzido na região da Borgonha. Acompanha carnes brancas em geral e alguns pratos leves com carne vermelha. Este branco da Borgonha, bom para carnes brancas leves, peixes e massas com molhos suaves, está entre os melhores do mundo, segundo a Wine Spectator. Este orgulho da vinicultura francesa faz sucesso nas festas e jantares mais elegantes do mundo. Ótimo com aperitivo, entradas leves, caviar, ovas de peixe, sushi e sashimi. Deve ser servido frio.
Este grand cru tinto da região da Borgonha é ótima escolta para queijos leves e pratos à base de carne vermelha com temperos e molhos de média intensidade.
Preço: R$ 110Preço: R$ 252Preço: R$ 118Preço: R$ 83Preço: R$ 167

Sylvain Fessy – Fleurie – safra 1997
Sylvain Fessy – Brouilly – safra 1998
Chatêau Bernadotte – Haut-Médoc – safra 1996
Château Les Ormes de Pez – Saint Estèphe – safra 1995
Château Lynch-Bages – Grand Cru Classé – safra 1994
Vinho jovem, aromático, com uma bela cor rubi e toques de especiarias. Deve ser servido frio (13ºC a 15ºC). É companhia agradável para carnes brancas ou pratos leves de carne vermelha.É um alegre tinto vindo do solo calcário da região de Beaujolais, a exemplo do Fleurie. Também precisa ser resfriado, para acompanhar carnes vermelhas leves e massas com molhos médios.Tinto encorpado, com presença marcante de madeira, ideal para carnes vermelhas e pratos de personalidade, com molhos bem marcantes. É produzido na região de Bordeaux.Vinho tinto encorpado produzido na região de Bordeaux. É boa companhia para queijos médios e pratos à base de carne vermelha com temperos fortes ou molhos complexos.
Tinto de primeira linha que merece todas as honras de um legítimo Bordeaux. É harmonioso, tem classe e equilíbrio. Acompanha carnes vermelhas em geral.
Preço: R$ 33Preço: R$ 30Preço: R$ 73Preço: R$ 138Preço: R$ 214