Graças a Deus existe a internet. Você se lembra da última vez em que correu atrás do formulário de Imposto de Renda para depois enfrentar uma fila quilométrica e entregá-lo nos bancos oficiais? Essa peregrinação já faz parte da história. O sucesso da entrega online é espantoso. Das 12,5 milhões de declarações de pessoa física recebidas em 2000, 10,1 milhões foram enviadas pela rede. Outro 1,1 milhão seguiu em disquete até as agências bancárias, que as repassaram, via internet, à Receita Federal. Ou seja, quase 90% dos contribuintes acertaram as contas com o Fisco sem sair da cadeira. Em 1997, quando o Leão caiu na rede, 475 mil pioneiros informaram os rendimentos online.

O serviço é uma mão na roda. Basta acessar o site da Receita, baixar dois programas e instalá-los no computador. Depois é só preencher a declaração eletrônica, conferir os dados e enviá-los até 30 de abril, prazo final para a entrega (leia quadro ao lado).

O crescimento da internet não escapou aos olhos dos governantes. Quase todos os ministérios, Estados e prefeituras das capitais do País têm um portal de serviços na rede. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, quem tiver o carro ou os documentos furtados tem ao menos um consolo: não precisa mofar horas em delegacias para registrar um Boletim de Ocorrência. Nos sites que funcionam como plantões virtuais da polícia, as vítimas redigem o B.O. em seu computador. Meia hora depois, um policial telefona para checar os dados e em seguida envia o boletim por e-mail.

No site da Caixa Econômica Federal (www.cef.gov.br), o trabalhador consulta seu saldo no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e, de quebra, confere se a sua empresa faz os depósitos com regularidade, o que antes exigia uma visita a uma agência da Caixa. E o INSS? A intrincada teia de pagamentos, benefícios e contribuições está às claras no Ministério da Previdência (www.mpas.gov.br). Há cinco anos, quem em sã consciência pensaria em calcular sua aposentadoria? Hoje o contribuinte pode fazer isso pela internet sem medo, além de solicitar pensão por morte, auxílio-doença e salário-maternidade.

A rede da cidadania continua com as prefeituras, onde há informações sobre certidões, impostos e taxas das mais diversas. O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) é presença obrigatória: o contribuinte consulta débitos pendentes ou emite a segunda via do carnê sem comparecer a guichês. Martírio, aflição e sofrimento são palavras que aos poucos desaparecem do vocabulário do cidadão internauta, que respira aliviado por não ser obrigado a enfrentar a demora, a burocracia e o mau humor dos funcionários públicos.