Othriller medieval, fórmula consagrada por Umberto Eco no best seller O nome da rosa, rendeu muitos frutos. Um deles é A confissão do irmão Haluin – um caso do irmão Cadfuel, de Ellis Peters (Record, 238 págs., R$ 25), romance de 1988, só agora traduzido no Brasil. Na Inglaterra do século XII, antes de se tornar monge beneditino, o irmão Haluin viveu um grande amor na juventude. A interdição do romance pela mãe da amada o transforma em monge, especificamente no mais penitente da sua abadia. Haluin faz questão de executar os mais árduos trabalhos manuais, embora seja excelente pintor de iluminuras, culto e versado.

No inverno de 1142, à beira da morte depois de um grave acidente, Haluin revela em confissão o segredo que o fizera adotar o hábito: Bertrade, sua paixão juvenil, falecera quase 20 anos antes em decorrência de uma tentativa de aborto, ato que ele ajudara a consumar. Mas Haluin não morre e, remoído de culpa, quer se redimir fazendo uma longa caminhada para passar uma noite em vigília no túmulo da amada e obter o perdão de Adelais de Clary, mãe de Bertrade. Na sua obsessiva jornada, ele terá a companhia do irmão Cadfael, monge-detetive que acabará descobrindo segredos ainda mais terríveis do que aqueles revelados por Haluin. É um livro que tem a capacidade de prender o leitor do começo ao fim com os apelos de um roteiro hollywoodiano, incluindo até final feliz.