Uma das questões mais difíceis e mais polêmicas da cosmologia foi finalmente elucidada. O Universo não é curvo, como se supunha, mas se estende ao longo de um plano sem-fim. E a resposta não veio de um satélite nem de um observatório astronômico. Mas de um dos instrumentos mais antigos de pesquisa, um balão atmosférico. Para os cientistas isso significa, por exemplo, que as leis da geometria podem ser observadas em escalas cósmicas – a luz viaja em linha reta e não em curva, como propôs há quase um século o físico Albert Einstein. O físico alemão defendia a tese de que a força da gravidade é tão poderosa que curvaria qualquer força, seja ela espacial ou temporal. Dela não escaparia nem mesmo a luz. Essa afirmação causou muita discussão e calorosos debates naquela época. Ultimamente, a nova crença de que o Universo é plano já era compartilhada por quase toda a comunidade científica. A resposta colhida pelo balão veio apenas confirmá-la.

Big Bang – As experiências e dados colhidos pelos instrumentos que foram levados a grandes altitudes sobre o continente antártico também confirmam a tese de que o Universo irá um dia parar sua expansão – iniciada com o chamado Big Bang (grande explosão). Mas, ao contrário do que muitos cientistas defendem, ele não irá regredir para um pseudo “grande amasso” (Big Crunch). “Esse é um resultado tremendamente excitante, que vai reescrever os livros sobre a história do Universo”, declarou um dos membros da equipe de pesquisadores, o professor Peter Ade.

A sensibilidade dos instrumentos foi capaz de captar, a 40 quilômetros de altitude, informações como o resquício do calor produzido pelo Big Bang, que vaga até hoje pelo Universo. Essa e outros milhões de informações colhidas ao longo de um ano alimentaram um super-computador, que fez os cálculos necessários para chegar às novas conclusões. Que, a exemplo da tese de Einstein, ainda vai dar muito o que falar.