21/05/2014 - 10:17
Os rodoviários de São Paulo mantiveram nesta quarta-feira o protesto por reajuste salarial e melhores condições de trabalho e bloquearam ao menos 12 garagens no início desta manhã na capital paulista. Segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), as empresas Santa Brígida, Gato Preto, Via Sul, Campo Belo e Sambaíba paralisaram as operações. Por volta das 7h, a viação Campo Belo voltou a operar e a garagem M’boi Mirim, da VIP foi paralisada.
Em meio aos atos de protestos de parte da categoria, os terminais Lapa, Cachoeirinha e Parque DOm Pedro II foram fechados. Na zona sul, oito ônibus foram usados para bloquear a avenida Guarapiranga, mas a via foi desbloqueada por volta das 6h.
De acordo com o motorista Raimundo Barbosa Nunes, 50 anos, que está parado no terminal da Lapa desde ontem, às 10h, a paralisação deve continuar e se intensificar até a Copa do Mundo. “Se não tiver negociação, vamos travar a cidade no dia da abertura da Copa. Se não tiver acordo, vamos parar tudo e sabemos que a Dilma está com medo”, falou.
“Só demos continuidade (à paralisação) porque não tivemos respostas. O prefeito falou que teve 19% de aumento, mas o sindicato só passou pra gente 10%. O sindicato pisou na bola”, reclamou Raimundo.
“Nesta segunda-feira, em Assembleia Geral, mais de 4 mil trabalhadores aprovaram a proposta apresentada que prevê, entre outros, o aumento de 10% no salário; ticket mensal de R$ 445,50; PLR de R$ 850,00; 180 dias de licença maternidade. Ficou determinada a criação de uma Comissão para discutir outras questões como convênio médico e situação do setor de manutenção.”, informou o sindicato, confirmando o acordo pelo aumento de 10% do salário.
"Há uma delegacia regional do trabalho, há uma Justiça do Trabalho que poderiam ser acionadas se houvesse legitimidade no pleito dessas pessoas", completou Haddad.
O motorista Marcos Costa, 47 anos, que também cruzou os braços não Terminal Lapa, reconheceu o impacto da paralisação na população, mas culpou mais uma vez o sindicato pelo movimento. “Não há necessidade de o povo sofrer, mas não teve esclarecimento. Quem paga é o povo. O sindicato está nos roubando e nós só queremos esclarecimento”, disse.
O motorista disse ainda ser contrário aos atos de vandalismo praticados contra os veículos. “Esse negócio de fogo no ônibus e furar pneu é coisa de marginal. Não pode ter violência. A lei está ao nosso favor, mas sabemos que é um tumulto, mesmo assim é aconselhável que ninguém saia de casa”, alertou.
Apesar dos problemas no transporte coletivo, a Companhia de Engenharia de Tráfego anunciou que não iria suspender o rodízio de veículos na cidade.
Transporte intermunicipal
Também na manhã desta quarta, duas empresas do transporte intermunicipal pararam de operar. Segundo a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), funcionários das viações Osasco e a Pirajuçara cruzaram os braços. Uma das exigências dos manifestantes é a equiparação salarial em relação aos motoristas da rede municipal.