Bebê a bordo na campanha 

Ao lado do marido, o presidenciável Eduardo Campos, a economista Renata Campos deixa a mesa de almoço e procura um lugar tranquilo. Numa cadeira afastada, ela desabotoa o vestido para amamentar Miguel, de 3 meses, quinto filho do casal. A cena aconteceu no Fórum de Comandatuba do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), na Bahia, mas é comum desde o lançamento da pré-candidatura de Campos à presidência pelo PSB. O bebê segue à bordo do jatinho na campanha do pai. A síndrome de down de Miguel não mudou o jeito de Renata, 46 anos, criar os filhos. “José (quarto filho, 9 anos) já estava em Brasília com 1 mês e meio. Com Miguel não será diferente”, diz ela, que é auditora concursada e está de licença-maternidade por seis meses. Enquanto amamentava, Renata conversou com a coluna:

ISTOÉ – Como é a vida em campanha presidencial com um bebê de 3 meses?
Renata – Faço o que sempre fiz com meus filhos. Eu não gosto de ter babá. Nem aqui e nem em lugar nenhum. Sempre me virei assim. Viajo com ele porque estou amamentando. Quero manter a amamentação exclusiva até no mínimo 6 meses. José, de 9 anos, mamou dois anos e três meses. E é uma forma de Eduardo acompanhar o desenvolvimento de Miguel enquanto está em campanha. Toda hora tem uma gracinha. E é muito gostoso poder viver isso.

ISTOÉ – Você o leva a todas as viagens?
Renata – Fico entre o flat em São Paulo e nossa casa em Recife, onde estão nossos filhos (Duda, 21, João, 20, Pedro, 18 e José, 9). Estou sempre indo e vindo. Quando Eduardo roda muito, eu fico fixa. Mas em distâncias curtas e só uma parada, é tranquilo.

ISTOÉ – O que a síndrome de down muda para você na criação dele? 
Renata – Veja, o universo é novo. Até aqui não mudou nada. Eu observo. Estou procurando fazer o que fiz com nossos outros filhos. A impressão que tenho é que a vida normal é o melhor caminho. Estar junto estimula. Um rapaz agorinha me perguntou: “Diga uma coisa, ele que não tinha down?”. Eu disse: “Tinha, não, ele tem down”. Como a característica é sutil, acho que ele ficou em dúvida. E Miguel identificou uma voz e olhou. O rapaz me disse que tem um filho com uma síndrome. Então, o que posso garantir até agora é que está tudo muito bem. Ele tem dado sinais de que está está feliz. Já abre aquele risão. É muito tranquilo.

ISTOÉ – Vocês planejaram o quinto filho?
Renata – Sempre quis ter cinco filhos. Foi um acidente de percurso delicioso. Usava DIU e, de repente, decidi: ah, não vou usar mais não. Tirei perto dos 45. Me disseram que a fertilidade a essa altura não é nem de 1%. Pensei, seja o que Deus quiser. E ele veio. Era o meu quinto filho que eu sempre disse que teria e que se chamaria Miguel.

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