16/05/2014 - 20:50
Durante mais de uma década, a ex-primeira-dama dos Estados Unidos Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1994) colocou no papel seus desejos, indagações e segredos mais íntimos. As confissões estão eternizadas em uma série de cartas que Jackie escreveu, de 1950 a 1964, para o padre irlandês Joseph Leonard (1877-1964) e que só agora vieram a público. Na semana passada, uma casa de leilões da Irlanda revelou um conjunto com 33 correspondências assinadas por Jackie que irá a leilão no dia 10 de junho e deve atingir ao menos 1 milhão de euros (mais de R$ 3 milhões). O alto valor se deve ao caráter inédito e também ao teor confessional das mensagens. Nelas, Jackie fala abertamente sobre seus sentimentos em relação ao casamento com o então senador John F. Kennedy (1917-1963), a vida na Casa Branca e como quase perdeu sua fé na religião católica após a morte do marido, assassinado em 1963. “Eu preferiria ter perdido a minha própria vida do que perder Jack”, disse, em uma das cartas.
AMIZADE
O padre Joseph Leonard e Jackie, em encontro na Irlanda, em 1950
A amizade da ex-primeira-dama americana com o padre irlandês começou em 1950, quando Jackie, ainda uma estudante universitária, visitou o país europeu. Os dois se encontrariam pessoalmente apenas mais uma vez, em 1955, mas a distância geográfica não impediu que se formasse uma forte união. “É tão bom escrever tudo isso e desabafar, porque eu nunca falei sobre essas coisas com ninguém”, teria dito Jackie em uma das mensagens. Em outra carta, ela também revelava como as possíveis infidelidades de JFK a preocupavam. “De certa forma, ele é como meu pai – adora a caça, mas fica entediado com a conquista – e, uma vez casado, precisa provar que ainda é atraente, então flerta com outras mulheres e se ressente com você”, disse.
DÚVIDAS
Nas mensagens, a ex-primeira-dama dizia temer
infidelidades do marido, John F. Kennedy
Por exatos 50 anos, os segredos de Jackie repousaram no cofre da Universidade All Hallows, na Irlanda, onde Joseph Leonard passou seus últimos anos de vida. O tesouro histórico só foi descoberto por acaso em fevereiro deste ano, quando um especialista em livros raros foi convidado a avaliar o acervo de documentos da universidade. A All Hallows disse, em nota, que decidiu vender as cartas de Jackie por “não possuir recursos nem instalações adequadas para armazená-las”.
Foto: KEYSTONE Pictures USA/ Eyevine
