Nenhuma obra de arte expressou com tanta clareza o horror da guerra e a beleza da paz quanto a criada pelo mestre brasileiro Candido Portinari no início da década de 1950. “Guerra e Paz”, doada pelo governo brasileiro para a Organização das Nações Unidas. É com tamanha responsabilidade que os painéis saíram de Nova York e estão expostos pela primeira vez ao público europeu no Grand Palais, em Paris – é também a primeira vez que o salão nobre recebe uma pintura brasileira. Três aviões cargueiros transportaram as placas que compõem a obra de 14 metros de altura e operários alpinistas foram contratados para a montagem. O projeto, coordenado pelo filho de Portinari, João Candido, demorou cinco anos para se tornar realidade, custou R$ 8,5 milhões e estima-se que cerca de 300 mil pessoas visitem a mostra até 9 de junho, nessa que provavelmente será a última vez que o público europeu verá “Guerra e Paz” fora da sede da ONU.